08 setembro 2006

Palavras para quê?


A propósito das notícias sobre a presença das FARC na Festa do «Avante!»(07.09.2006) - Nota do Gabinete de Imprensa do PCP.

Tendo em conta as notícias vindas a público pela comunicação social e respectivas declarações de entidades diplomáticas e do estado português sobre a presença das FARC na Festa do “Avante!” tona-se público o seguinte:«1 - A exemplo de anos anteriores, participaram na Festa do “Avante!” – a convite do PCP – 43 partidos e organizações progressistas de todo o mundo, transformando-a num importante acontecimento internacional e num grande espaço de solidariedade internacionalista e de luta contra o imperialismo. Facto que, por si só, revela os profundos laços de cooperação e amizade que o PCP mantém com partidos e povos de todo o mundo e que raramente é noticiado pela comunicação social portuguesa como um dos aspectos mais ricos da Festa do “Avante!”2 - Os princípios que norteiam os convites decididos pelo PCP para a Festa do “Avante!” e outras iniciativas, baseiam-se exclusivamente na sua política de relações internacionais e na solidariedade dos comunistas portugueses para com aqueles que em todo o mundo desenvolvem processos de resistência e luta contra as políticas anti-sociais, antidemocráticas e belicistas das principais potências imperialistas, ou de governos claramente manietados e instrumentalizados por essas potências – como é o caso do governo colombiano. Assim, estiveram em Portugal organizações de países e povos que prosseguem corajosamente processos de luta contra essas políticas como são exemplos o Partido Comunista Libanês, várias organizações palestinianas, nomeadamente a OLP, o Partido Comunista de Cuba, o Partido Comunista da Boémia e Morávia, etc…3 - No quadro dos convites efectuados para a Festa do Avante - de acordo com os princípios enunciados anteriormente - estiveram presentes nesta iniciativa duas organizações provenientes da Colômbia a saber: O Partido Comunista Colombiano e a Revista “Resistência”.4 - O PCP aproveita esta oportunidade para denunciar as tentativas de criminalização da resistência ao grande capital e ao imperialismo e para reiterar a sua frontal oposição à classificação pelos EUA e União Europeia das FARC - uma organização popular armada que há mais de 40 anos prossegue, entre outros objectivos, a luta pela real democracia na Colômbia e por uma justa e equitativa redistribuição da riqueza, dos recursos naturais da Colômbia e da posse e uso da terra – como organização terrorista.»

1 comentário:

Anónimo disse...

ah! bom... assim com o comunicado já estamos perfeitamente esclarecidos... sempre tive curiosidade em saber quem tinha legitimidade para classificar uma organização como sendo terrorista, e confesso que sempre pensei que fosse um processo incrivelmente burocrático, no CSNU ou na UE... afinal o camarada Jerónimo, na linha do Simplex, desmistificou essa complexidade, demonstrando (até à data sem consequências) que uma organização é ou deixa de ser terrorista «quando qualquer homem quiser»... mais ou menos como o Natal!
Não posso deixar de compreender esta confusão do PCP, até porque na própria Constituição portuguesa, que proíbe associações de ideologia fascista (por força de uma estranha presunção de militarização das mesmas...), não está muito bem explicado quem decide sobre essa qualificação... se também depender do camarada Jerónimo, temo que brevemente contemos com um espectro político muito reduzido...