27 julho 2007

Momentos para desentoxicar II









"Terra Quente" : Trás-os-Montes

24 julho 2007

Educação e disciplina

"O processo disciplinar instaurado a Fernando Charrua foi arquivado pela ministra da Educação, que decidiu não aplicar qualquer sanção ao professor por considerar que o comentário que fez à licenciatura do primeiro-ministro se enquadra no direito à opinião.
Num despacho datado de segunda-feira e divulgado hoje, Maria de Lurdes Rodrigues defende que «a aplicação de uma sanção disciplinar poderia configurar uma limitação do direito de opinião e de crítica política, naturalmente inaceitável» numa sociedade democrática, uma vez que as declarações de Charrua não visavam um «superior hierárquico directo», mas o primeiro-ministro, José Sócrates.
«Assim, determino o imediato arquivamento do processo», refere Maria de Lurdes Rodrigues."

In PortugalDiário.

Esteve bem a Ministra ao decidir arquivar o processo. E para que continue bem, só lhe falta demitir a directora da DREN, Margarida Moreira.

Fica provado que ela prestou um mau serviço à causa pública, utilizando o Estado e os seus serviços para guerras políticas. E isso é absolutamente inaceitável e deve ter consequências para quem assim procede. Só assim se poderá garantir que episódios como este não se voltarão a repetir...

20 julho 2007

Momentos para desentoxicar I




Praia de Moledo


Podiam ser momentos para respirar do "Abrupto" de JPP... Mas não, são mesmo momentos para desentoxicar !
Aproveitem !






Voto obrigado? Não, obrigado!


O Pedro levantou recentemente a questão da obrigatoriedade do voto face ao nível de abstenção nas recentes intercalares para a Câmara de Lisboa.

Sou absolutamente contrário a qualquer obrigatoriedade de votar.

Desde logo, o voto resulta de uma expressão de liberdade individual, não deve portanto ser coercivo.
A essência da Democracia é a liberdade das pessoas e, nessa liberdade, está incluída a possibilidade de não votar.
E o facto de alguns, mesmo que muitos, não votem, não impede que se elejam deputados, câmaras ou presidentes da República. Nem os seus mandatos se tornam ilegítimos ou ficam limitados. Nem as suas decisões deixam de ter relevância ou alcance.

Obviamente que a abstenção é um fenómeno preocupante e que deve levar a classe política a reflectir e a mudar comportamentos de forma a reconquistar a confiança das pessoas. Mas introduzir agora a obrigatoriedade do voto não resolve o problema de fundo e poderá levar a resultados perversos.

Muitas das pessoas que não votam, fazem-no por descrença total, umas no sistema, outras nos partidos tradicionais. E há ainda aquelas que nem sabem o quem é o Presidente da sua Câmara, ou o Primeiro-Ministro, que nunca ligaram à política e não querem saber dela.
E qual seria o seu sentido de voto, se a isso fossem obrigados? Confesso que temo o pior. Imagino logo a eleição de deputados do PNR, do MRPP ou de outros grupelhos de extrema-esquerda, naquilo que seria logicamente um voto anti-sistema. E atendendo ao número de abstencionistas, arriscávamo-nos a que não fossem grupos parlamentares pequenos!

Eu prefiro que haja pessoas que não votem, do que ter milhares de votos de protesto que poderiam trazer sérias complicações à governação do país ou de uma autarquia.

Por outro lado, temos ainda uma constituição que permite a existência de partidos de extrema-esquerda, mas proíbe os de extrema-direita (esclareço desde já que não concordo com esta duplicidade de critérios). Para tornar o voto obrigatório, teria de se proceder a uma alteração constitucional, pois se obrigamos as pessoas a expressarem a sua opinião através do voto, não podemos depois negar-lhes essa possibilidade na prática. Seria uma verdadeira palhaçada.

A Democracia não é um sistema perfeito. Um dos seus princípios básicos é o das pessoas se poderem expressar livremente. Votando ou não votando, mas isso é uma escolha delas, não pode nem deve ser uma imposição de terceiros…

19 julho 2007

Usura...


Fui ver ao cinema um filme italiano que conta a história de António, um antigo frade agostinho que se converte ao franciscanismo e parte para a Itália em busca do fundador daquela Ordem, S. Francisco de Assis - António, cavaleiro de Deus. Popular em todo o mundo cristão, Santo António de Lisboa, é uma personagem pouco conhecida no que concerne aos seus escritos e à sua biografia.
O filme não ajuda muito. O argumento é fraco, os diálogos também. Os cenários menos mal...
Contudo, este filme aborda de forma exaustiva uma questão muito cara a António, a questão da usura. Prática comum em alguns sectores da sociedade no mundo medieval, a usura era considerada crime grave, ainda que os agiotas, por serem normalmente pessoas ricas e bem posicionadas social e politicamente raramente eram alvo de qualquer processo.
Santo António consegue a condenação de alguns ilustres agiotas de Pádua e é aclamado pelo povo daquela cidade como seu justiceiro.
Não querendo discutir questões hagiográficas ou religiosas, o que pretendo ao escrever este "post" é deixar à reflexão esta questão que me parece interessante:
Há cerca de 500 anos, a usura era um crime condenado pela sociedade e pelos tribunais. A luta contra este crime condenou muitos e elevou muitos outros ao púlpito da justiça popular.
Hoje, na nossa sociedade dita civilizada, a usura é praticada amplamente, constituindo mesmo um dos pilares fundamentais da nossa organização económica.O termo "juro" substituiu o termo "usura", mas na prática a sua aplicação é semelhante...
O que significará a nossa aceitação hoje desta prática que tanto indignou os nossos antepassados?

17 julho 2007

Eleições em Lisboa

O Povo de Lisboa falou. Não foram muitos, mas tal não retira importância ao acto ou legitimidade aos eleitos.

O PS ganhou, não que considere uma vitória histórica, mas ganhou e por isso está de parabéns.

Estão ainda de parabéns os “supostos” independentes Carmona e Roseta. O primeiro conseguiu a proeza de ficar em segundo lugar, a segunda a de ficar à frente das restantes forças de esquerda.

PC e Bloco resistiram, PSD e CDS foi a desgraça total.

Quanto ao CDS, a não eleição de Telmo Correia era expectável. O CDS tem sistematicamente descido em Lisboa. Dos 7% de Portas em 2001, passou para os 5,7% de Zézinha em 2005 e acabou nos 3,7 de Telmo. O CDS foi um dos grandes prejudicados com o fenómeno dos independentes e a dispersão de votos.

No que respeita ao PSD, este foi o pior resultado de sempre. 15% e atrás de Carmona Rodrigues. Pior era impossível.
Está agora à vista de todos o resultado da acção de Marques Mendes e Paula Teixeira da Cruz em Lisboa.
Está agora à vista de todos o que acontece quando se tenta governar os Paços do Concelho a partir da S. Caetano à Lapa, quando a oposição ao executivo camarário vem da própria distrital, quando se põe e dispõe de lugares eleitos em função de jogos partidários. A derrota de Lisboa tem 2 rostos sociais-democratas: Marques Mendes e Paula Teixeira da Cruz. A Fernando Negrão reconheça-se a coragem de dar a cara para resolver os problemas que outros criaram, quando mais ninguém quis esta missão de sacrifício.
O PSD, pós eleições de Lisboa, não poderá voltar a ser o mesmo, sob pena de em 2009 o cenário se repetir. E para histórias dramáticas, já bastou esta.

16 julho 2007

Será Lisboa a vencedora?


As minha primeiras palavras aqui expressas são para felicitar os vencedores: o PS e António Costa. A grande vencedora da noite não merece qualquer felicitação, muito pelo contrário o mais adequado é um veemente repúdio perante tamanha abstenção. É inaceitável que quem tem o direito de ser cidadão não tenha plena consciência que tal implica direitos e DEVERES! Ainda não tenho opinião formada sobre o voto obrigatório, mas enquanto hipótese plausível não deve ser desprezada. Depois do sucedido temos um presidente de câmara eleito por um em cada nove eleitores do concelho de Lisboa! Temos um presidente de câmara eleito por 29,54 % dos 37,39 % dos 524248 eleitores que perfazem os 100% ! É o mais votado e é o novo edil lisboeta democraticamente eleito. Não estou a negar isso. Agora que é vergonhoso para a nossa sociedade civil, para a nossa consciência cívica e de cidadania e para a própria democracia é algo de indesmentível.

Abstenção... e coligação é um outro termo que deve vincar o que resulta deste acto eleitoral. Os lisboetas, aqueles que são eleitores e que foram depositar o seu voto na urna, determinaram que não dariam uma maioria absoluta a um só partido ou força política. Coligação é pois a palavra de ordem. Irá ser suficiente para por ordem? E que coligação e com que abrangência? É verdade o "Zé" foi eleito, desceu a votação, mas lá continua. Há, de facto, alguém que acha que ele faz falta. Costa também achará? O BE só elegeu um... pois... assim não fará falta a Costa. Pelo menos o "Zé" sozinho. Costa não quer Portela+1 mas quererá Roseta (2)+Zé (1)? A resposta não deve tardar e só António Costa a pode dar. A ver vamos... é preciso aguardar.

Bons resultados dos "independentes" sobretudo se tivermos em linha de conta que as máquinas partidárias em campanha eleitoral são sempre hegemónicas, esmagadoras mesmo. Três mandatos para Carmona e dois para Roseta é bem bom. Se bem que no caso de Carmona estamos a falar do anterior presidente de câmara que passa a vereador, mas que de qualquer forma tinha nessa altura o apoio da máquina laranja que deixou de ter. Também Negrão o teve e ficou em terceiro. É fraco o resultado. Arrasador mesmo. Apesar dos três vereadores. É o início ( diria antes a continuação) do percurso de Mendes para o abismo, para o deserto, para um deserto...

O CDS/PP não elegeu nenhum vereador pela primeira vez na sua história alfacinha. É triste. É mau. Para o partido e para a cidade. E não me venham dizer que era previsível. Mesmo com tão grande número de candidatos e com a dispersão de votos. Mas é verdade, aconteceu embora não tenha faltado muito. Não há volta a dar. Há que reflectir e agir em conformidade. O PSD vai fazer o mesmo. Espera-se. O CDS/PP também, ainda que por outras vias. Espera-se. Podem resultar decisões importantes para o percurso futuro do centro-direita não só em Lisboa, mas sobretudo a nível nacional.

Vamos ver e acompanhar o desempenho deste novo presidente de câmara nas suas novas funções, acabadinho de sair do governo, defensor do aeroporto na Ota e do garrote financeiro às autarquias locais, agora a conduzir os destinos da maior do país. E pejada de radares...

Chegará a barcaça a bom porto? Será Lisboa a vencedora?

Alea Jacta Est III


Por fim os resultados.

Poderia ter ido para bruxo em vez de gazeteiro! Mas o destino assim quis, e aqui me encontro de novo a rematar os comentários sobre o resultado das intercalares em Lisboa.
Tal como previ, Costa ganhou, e grandes trabalhos o aguardam. Queria maioria absoluta, mas só conseguiu seis vereadores. Carmona obteve um resultado inesperado para alguns, mas pelo qual eu aguardava. Não era o resultado que eu desejava, mas foi o possível, e dadas as circunstâncias foi louvável.
O PSD obteve o pior resultado da sua história na autarquia de Lisboa. Mendes começa a arrumar as malas. Só me vem à memória a célebre frase dos antigos latinos- Roma não paga a traidores!
A CDU obteve o resultado justo, assim como Roseta. O «Zorro» lá conseguiu os votos suficientes para ser eleito. É pena, mas agora o Costa que o ature!
Quanto ao CDS, os resultados falam por si. Tenho pena que não haja nenhum vereador popular na CML, mas só quem não olhasse com olhos de ver, poderia iludir-se quanto à sua eleição.
Por fim a abstenção! A vergonha da cidadania.
Cada vez mais me convenço que deveria ser aprovada uma lei pelo Parlamento que tornasse o voto obrigatório. Quem não votar deverá justificar ao Estado a razão, e quem não justificar deverá pagar uma multa, e pesada. Penso ser a única forma de acabar com este desleixo perante as obrigações mais elementares. Em Democracia o voto não é um direito, é uma OBRIGAÇÃO!

Boas vindas

Hoje, tenho o prazer de dar as boas vindas a mais um blogger, aqui na Gazeta.

Ao João Barros, aqui ficam os votos de muitos e bom posts.

12 julho 2007

Alea Jacta est II


Depois de ter escrito um "post" no ínicio da campanha para as intercalares de Lisboa, volto agora a tecer alguns comentários sobre a matéria.
Não compreendo o silêncio dos vários gazeteiros sobre este tema, devo ser provavelmente o único que não tem militância política e simultâneamente o único a escrever sobre eleições! Mas cada um saberá da defesa que faz ou não faz dos projectos nos quais acredita.
Tal como previ há um mês, o discurso político sério foi praticamente inexistente.
Ao contrário do que afirmei há um mês também, excluo agora, ao parecer-me por demasiado evidente o irrealismo e a inacreditável falta de bom-senso e sentido de ética política, algumas das candidaturas por considerar que não devem merecer discussão pública, a saber: PNR, PPM, PND.
Quanto às restantes, gostaria de fazer uma nota acerca da candidatura do PCTP-MRPP e do MPT. Ainda que sejam pequenos partidos, distinguem-se dos demais seus pares pela coerência do discurso e pela apresentação de um programa eleitoral digno.
Ainda que o eterno candidato Garcia Pereira apresente propostas pouco realistas, a verdade é que soube fazer uma campanha honesta, sem ataques pessoais, sem polémicas inúteis e disponibilizando-se para o debate público sério. O mesmo se aplica ao MPT, que apesar de pequeno, é um partido que nos vem habituando desde sempre a um programa coerente, de propostas inovadoras e com utilidade, felicito por isso Pedro Quartim Santos pelo seu desempenho.
Quanto às «Magnas Candidaturas», a minha previsão não está longe da realidade.
Telmo Correia fez uma forte campanha, marcada por algumas polémicas, mas apresentando um programa equilibrado e saindo à rua na esperança de ser eleito. Não acredito que o seja, o que seguramente não agradará a Paulo Portas, que soma desta feita duas derrotas eleitorais desde que voltou para o Caldas.
O «Zé» fez o que sabe fazer, isto é, nada! Levantou mais meia-dúzia de suspeitas, fez algumas insinuações, apanhou por tabela, e acabou a choramingar apelando ao voto daqueles que lhe reconhecem o papel de «Zorro». Não me parece que seja eleito!
Ruben de Carvalho, em representação da CDU, surpreendeu pela positiva! O candidato revelou ser aquele que melhor conhece os dossiers da CML e impôs por diversas vezes a seriedade e a correcção dos números na mesa da discussão. Deverá conseguir um ou dois mandatos, assegurando assim o tradicional lugar para os comunistas.
Helena Roseta não surpreendeu. A sua imagem cândida, associada a um novo socialismo de faceta romântica é capaz de recolher bons votos, mas apresentou poucas propostas, e esqueceu-se que apelar ao consenso evitando a polémica nem sempre é a melhor estratégia política. Esteve bem no conhecimento das matérias e teve razão nos ataques que desferiu à comunicação social. O resultado que vai obter é uma incógnita, mas estou seguro que surpreenderá pela positiva.
O PSD cometeu suicídio. Depois de elouquecer, o maior partido português decidiu enverdar pela insanidade. Foi uma péssima prestação que terá resultados fatais para a actual liderança e para o partido no futuro. O tom da campanha de Fernando Negrão é insustentável do ponto de vista político. Não trouxe nenhuma solução positiva para os problemas da cidade e deixou-se levar de polémica em polémica em tom duvidoso. Negrão, o bem-quisto magistrado de Setúbal, acrescentou a isso um total desconhecimento das mais elementares realidades da Cidade de Lisboa, das suas instituições, das suas freguesias, dos seus problemas. Um total desastre, que prevejo traga ao PSD o seu pior resultado de sempre na CML depois do 25 de Abril.
António Costa sente-se bem. As sondagens são unânimes em conceder-lhe a vitória e soube evitar as polémicas. Apresentou um programa largo mas pouco coerente, uma lista de vereadores semi-consistente e um grupo de ilustres que o apoiam. Soube descolar-se das polémicas, mas as polémicas não se descolaram dele. Primeiro a OTA, depois Manuel Salgado, mais recentemente o mandatário Júdice. Entre fazer da Portela um Jardm, defender a intervenção do Governo na CML ou apresentar um Simplex em versão Costiniana, tudo valeu.
É bem capaz de ganhar as eleições, sem maioria, mas a tarefa vai pesar-lhe.
Por fim Carmona Rodrigues. O edil que foi obrigado a abandonar as suas funções a meio do mandato conduziu a candidatura ao seu estilo, sem nada dever a ninguém. Não entrou em polémicas, não falou dos outros candidatos, ninguém o viu a levantar suspeitas, nem a substimar adversários. Defendeu o seu programa, que poucas alterações teve relativamente a 2005, o que seria de esperar. Manteve-se coerente e apresentou uma equipa profissional. Quase não fez campanha de cartazes e foi melhor recebido pelos lisboetas do que se poderia imaginar.
As razões que levaram a que o PSD lhe retirasse a confiança politica começam a ser arquivadas pelos Tribunais, o que prova a sua razão!
Porque nunca o escondi, votarei no próximo domingo em Carmona Rodrigues. Fi-lo em 2005 e volto a fazê-lo conscientemente. Considero-o um homem íntegro, independente, e com um projecto para Lisboa, sem ambições políticas que ultrapassem esta candidatura. Considero ainda, que é de toda a justiça que possa terminar o seu mandato tranquilamente e responder perante o eleitorado em 2009 de acordo com as regras da Democracia. Foi um exemplo de seriedade política e de bom-senso durante a campanha eleitoral. Estou convencido de que terá um resultado surpreendente, que provará que a dignidade e a honestidade em política ainda compensam!


A Cimeira...




Ainda que tarde, não gostaria de deixar passar a oportunidade de elogiar a forma como decorreu a Cimeira UE-BRASIL. Correu bem para ambos os lados e constituiu um importante passo na aproximação ao gigante sul-americano por parte dos europeus.
Ainda que os membros da Mercosul não tenham gostado muito da ideia, e tenham feito chegar os seus protestos às instância comunitárias, os trabalhos decorreram de forma pacífica e frutífera.
O Governo Português está de parabéns pela forma como soube conduzir este dossier e pelo facto de ter dado um impulso decisivo a esta cimeira, que teve, para além de outros méritos, o facto de ter tido a Língua Portuguesa como idioma oficial do encontro.

Aguardemos os resultados!


10 julho 2007

Boas Recordações (10): Espaço 1999

Vaias e apupos

No final da inauguração da nova ponte da Lezíria, e a propósito da vaia que recebeu no Estádio da Luz, Sócrates disse:
«Como político tenho de lidar com as vais e apupos ou com os aplausos»
São boas notícias para os "apupantes", pelos vistos o PM não os tenciona processar. Ainda assim, à cautela, é melhor manterem-se longe de um blog...

04 julho 2007

SOPHIA


Já passaram três anos sobre a morte física de Sophia. Não acredito na vida para além da morte, pelo menos como é apresentada tradicionalmente pela Igreja Católica. De Sophia permanecem a memória e a obra. É através destas formas que continua viva em cada um de nós. Sou e continuarei a ser um sophiano.
Ontem, 3 de Julho, no Centro Nacional de Cultura, um pequeno filme de proximidade e intimista de João César Monteiro (quando este se autodenominava João César Santos) sobre Sophia, no qual esta foi a actriz principal e uma intervenção profunda, emocionante e emocionada de um amigo da poeta, Alberto Vaz da Silva assinalaram a data evocada. No ano passado a Fundação das Casas de Fronteira e Alorna promoveu uma homenagem sentida e muito válida, através de sessões ao longe de meses, nas quais foi lida na íntegra a obra poética de Sophia.
Entrar no seu universo poético é fazer um percurso sensorial, onde todos os cinco sentidos actuam, a Natureza e o Homem partilham o mesmo espaço, o tempo da Antiguidade Clássica, da Grécia Antiga está bem presente, pois seus valores, como o equilibrio e a harmonia, são intemporais e perenes. Os aromas, os paladares, as cores, as proporções e dimensões, a arte, as atitudes, as emoções, a luz, as sombras, os valores, o carácter, o Eu profundo e o Outro próximo tomam corpo, anima e vida, adquirem um significado real muito próprio na poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen.
Esta portuguesa, poeta, escritora, contista, ensaísta, cidadã, mulher e mãe apresenta uma combinação singular de características e qualidades que devem encher de orgulho e admiração todos.

02 julho 2007

In Memoriam...


Cumpre-se hoje o 75º aniversário da morte de S.M.F. o Rei D. Manuel II.

A data será evocada com uma missa na Igreja de S. Vicente de Fora, seguida de uma homenagem ao Monarca, junto ao seu túmulo, no Panteão da Casa de Bragança no mesmo Mosteiro.
O último monarca português morreu a 2 de Fevereiro de 1932 em Fulwell Park, sua residência londrina, aos 42 anos, inesperadamente e precocemente, deixando um importante legado politico e cultural.
A homenagem que hoje se presta à sua memória é justa, apesar de tardia.
Por sua disposição testamentária, os seus bens, as suas colecções e os seus trabalhos de investigação literários, constituem hoje a Fundação da Casa de Bragança, que apesar de todas as contrariedades históricas, tem sabido manter a sua independência, a preservação da memória do seu fundador e prestar um trabalho de mecenato cultural e social de uma qualidade e filantropia raras em Portugal.
Aqui lhe presto a minha singela homenagem!

A Presidência...


Inicia-se hoje a Presidência Portuguesa do Conselho Europeu. É uma responsabilidade grande que Portugal assume pela terceira vez desde que em 1986 aderiu à CEE.
O momento é dificil e o projecto é ambicioso, desde já pela questão do Tratado Constitucional, que divide os 27 e que é urgente clarificar, mas também pelos temas da agenda e das Cimeiras propostas de UE/ Brasil e UE/ África.
Desejo que Portugal cumpra, como lhe é exigido, o seu papel, que a máquina diplomática portuguesa esteja bem preparada e que o Governo, nomeadamente o Primeiro-ministro saibam conduzir com responsabilidade os trabalhos do Conselho.
Não gostei do mote que o PM lançou hoje no Porto « Europa mais forte, para um Mundo melhor» é pobre e vago, mas ainda a procissão está no adro.
Que a ambição se revele um projecto maior para a Europa e para Portugal. Assim o desejemos todos!