10 dezembro 2006

Mais uma brilhante de Marques Mendes


"A CP, Metro de Lisboa, Carris, Transtejo e STCP tiveram prejuízos acumulados de 4 mil milhões de euros em quatro anos”, revelou Marques Mendes, afirmando que no mesmo período de tempo o endividamento destas empresas ascendeu aos 9 mil milhões de euros.
O líder social-democrata propôs que o Executivo de José Sócrates privatize ou conceda a gestão destas empresas a privados, salientando que os portugueses não têm de pagar os “elevados prejuízos de empresas de transporte que nem conhecem e raramente usam." in Correio da Manhã

Então os portugueses não conhecem nem usam estas empresas de transportes?!? Privatizar? Mas alguém compraria uma empresa nestas condições financeiras?

O transporte público, ou concessionado a privados, é absolutamente necessário ao funcionamento da sociedade portuguesa. Pode e deve ser melhor gerido, mas trará sempre um encargo ao Estado, nem que seja por via das indemnizações compensatórias pelos preços praticados.

Mais uma vez MM perdeu uma boa oportunidade para ficar calado!

7 comentários:

Anónimo disse...

Oh querido RMG, não seja assim... ahahah, o menino não percebe que, estando a viver em caxias e ter como unicos seguidore, os velhinhos da praceta da Galp, é um duro golpe para este grande... grande... está bem... este senhor da política! O menino está sempre a bater nos outros... porque não se mete com alguém do seu tamanho??? ahahah, a tia pede desculpas ao tio MM e jura que nunca mais se refere a ele de forma desrespeitosa, está bem?
E o menino deixe de ser assim para os outros! A tia quer ver quando o menino estiver enterrado em sand até... até... bom... sabe Deus até onde, de quem é que o vai sentir saudades... do piquenino M&M que por cá deixou, claro!
Beijinhos

Carlos Sério disse...

Tem razão RMG, as empresas de transportes deverão ser as últimas a questionar-se a sua privatização. Antes muitas outras haverá que deverão sair das mãos do Estado. Certo, que as suas administrações, por escolha e nomeação politica,se têm mostrado de uma incompetência desastrosa.

Olindo Iglesias disse...

Parece que o RMG tem uma visão paroquiana dos Portugueses reduzindo-os à zona de Lisboa. Enfim...

Quanto à privatização destas empresas poder-se-ia escrever muito, mas o problema em Portugal é sempre o mesmo. A gestão pública, salvo raríssima excepção, é péssima porque na maior parte os gestores públicos são corruptos, incapazes e obedecem a interesses partidários.

Parece-me que em geral estas empresas não estarão no estado lastimável em que se encontram pelo subsidiação dos preços, mas pela falta de mérito de quem as gere.

Que tal concessionar estas empresas a privados para ver o que acontece?

Diogo Ribeiro Santos disse...

É certo que a gestão empresarial privada é, em regra, melhor do que a pública. Não se trata apenas de os gestores privados terem os incentivos correctos, mas sobretudo da aplicação de uma máxima de Milton Friedman: posso gastar o dinheiro de alguém com outras pessoas, sem me preocupar se gasto muito ou pouco e sem me importar com os resultados. Isso é o Estado (ou a gestão pública). Logo, venha a gestão privada.
Por outro lado, quase todas as empresas que o RMG cita operam em sectores de monopólio natural, isto é, em áreas onde a concorrência e praticamente impossível e/ou não é benéfica. Assim, a entrega daquelas empresas a privados vai apenas criar... monopolistas privados. Ainda que essa mudança possa trazer ganhos de eficiência, estes são parcialmente compensados pelo acréscimo de custos regulatórios.
Por último, há a considerar o seguinte: sem compensações por serviço público prestado estes negócios raramente serão atractivos para os operadores privados. Sabia o meu caro Olindo que, por exemplo, o preço do bilhete do Metro cobre apenas um quarto dos custos do transporte? Que fazer? Entregar o Metro a um privado, com uma lógica puramente privada (sem compensações públicas), e ter o bilhete do Metro 4 vezes mais caro? Continuaria a haver clientes do Metro? Quais os custos associados ao aumento do tráfego automóvel que essa medida acarretaria?
Caro amigo, sou defensor acérrimo do mercado, mas até este tem falhas e não é o remédio para todos os males.
Resumindo: bem visto, RMG.

Anónimo disse...

Quando se comenta qualquer coisa, convém sempre saber do que se fala.
Para quem não saiba, os STCP servem a área metropolitana do Porto e a CP serve todo o território de Portugal continental.
Sobre paroquianismos estamos conversados!

Olindo Iglesias disse...

Meu caro RMG,

Mantenho o paroquianismo. Não porque o RMG desconheça que o tráfego suburbano de passageiros represente a esmagodora maioria do tráfego da CP, mas por ter interpretado a afirmação do Marques Mendes à letra, ou se preferir, de uma forma paroquiana.

Quanto à questão do metro de Lisboa o DRS tem toda a razão quando diz que o preço que pagamos representa apenas uma fracção do custo do bilhete. O que pergunto é se a fracção seria exactamente a mesma se a empresa fosse gerida por privados, ou seja, com processos mais eficientes e com níveis de exigência superiores?

Adicionalmente poderia entrar pela lógica populista tão ao estilo do BE, ou até mesmo do PS quando estava na oposição, e começar a defender o princípio do utilizador pagador. Afinal, penso eu que não quererá VEx que um contribuinte de Vila Real subsidie o seu passeio domingueiro de Metro, quando esse mesmo contribuinte viu o seu passeio pela IP, ou verá brevemente, deixar de ser subsidiado, ou quererá? Isto obviamente para não referir o estrangeiro que vem passear para Portugal às custas dos nossos compadres alentejanos e transmontanos!

Luis Cirilo disse...

A questão fundamental tem de facto a ver com a politica de tranportes publicos deste país.
De facto o trasnporte público é um serviço do Estyado ás populações e dái que não seja exigivel que a sua gestão se oriente por critérios de lucro.
Foi precisdamente com base nos critérios de pseudo rentabilidade que se cometeu a atrocidade de ir encerrando linhas de caminho de ferro no interior do país.
O encerramento dessas vias de comunicação,especialmente em Trás os Montes e Beira Alta,teve como resultado que as populações vendo-se sem alternativa tivessem de migrar para o litoral com a consequente (e imparável)desertificação do interior.
Que gera mais prejuizos do que a tal falta de rentabilidade de algumas linhas !
Quanto ao dr Marques Mendes é óbvio que fora do periodo de campanhas eleitorais,quando dá jeito parecer mais um cidadão,desconhece totalmente a realidade e frequência dos tranportes públicos.
Queira o destino,e os militante do psd,que nas proximas legislativas seja possivel dispensá-lo dessa "maçada" de andar no meio do povo.