28 novembro 2006

Elogio da Poesia














Morreu este fim de semana um dos pais do Surrealismo português. Foi um dos primeiros, e o último a desaparecer. Mário Cesariny Vasconcelos deixou uma obra literária e e de pintura que marcaram uma época e uma geração. Nascido em 1923, foi sobretudo a partir de 1947 que juntamente com Alexandre O'Neill, António Pedro, Cruzeiro Seixas, Pedro Oom e António José Francisco iniciou aquilo que viria a ser um grupo dissidente da Escola António Arroio em Lisboa- Os Surrealistas.
A Liberdade, o Amor, a Poesia. Esta é a tríade do surrealismo que vem colocar-se ao lado, ou à frente, da Liberdade, Igualdade, Fraternidade, da Revolução Francesa.
A liberdade, sobretudo a liberdade! Para escrever, para pintar para dizer.
Nas palavras de Cesariny " ...a nossa descoberta do surrealismo não fez uma explosão, fez uma implosão. Também não era tempo de andar a falar alto. Íamos para a choça, o que não nos agradava muito. Os neo-realistas ficavam muito honrados quando iam presos. Nós não achávamos graça nenhuma..."
Poeta e pintor incómodo, viveu por pequenos períodos em Londres e Paris, nunca tendo abandonado Portugal ao contrário de muitos da sua geração. Fez publicar Corpo Vísivel (1950), Manual de Predestinação (1956), Pena Capital (1957) e Nobilíssima Visão (1959). Visitou regularmente as instalações da Policia Judiciária, suspeito de vagabundagem, durante os anos do Estado Novo. A partir de 1974, torna-se praticamente o único representante do movimento em Portugal, desfeito quer pela morte de alguns do seus membros, quer pelo afastamento de outros.
Com exposição patente em Alfama, na Perve Galeria, depois de uma retrospectiva apresentada no Circulo de Bellas Artes em Madrid, que encerrou dia 19, Cesariny despede-se assim aos 83 anos editando ainda um livro de poesia pintada; Timothy McVeigh- O Condenado à morte, que versa sobre a pena capital.

- O Mário pensa na morte?
Não muito. Penso mais nas doenças...
-Acredita na imortalidade?
Não sei. Quando lá chegar, eu telefono.

5 comentários:

Anónimo disse...

No soy adepta al surrealismo, la verdad,asi que mi apreciacion sobre la imagen me la reservo. Si que, aun cuando no conozco su obra, lamento que otra persona creativa muera. Ha sido tan decepcionante este comienzo de siglo, sin innovaciones, sin nuevas ideas, sin explosiones creativas...
Solo una duda:¿sabia el señor Mário Cesariny Vasconcelos quien fue Timothy McVeigh y lo que hizo? ¿Expone sus motivos para usar ese nombre en el titulo de su libro?

Diogo Ribeiro Santos disse...

Marcela, com o devido respeito, não me parece que sejam necessários grandes motivos. Para um humanista, a pena capital é ABSOLUTAMENTE INJUSTIFICÁVEL, seja qual for o motivo, seja qual for o crime.

Posto isto, junto-me ao PBH na bonita homenagem que fez a Cesariny.

Anónimo disse...

Quero fazer minhas as palavras do PBH em relação à homenagem ao Mário Cesariny. Personalidade da cultura e de cultura, multifacetado, homem de talentos vários (pintura, escrita, música...). Confesso que não conheço bem a sua obra, pois felizmente temos em Portugal outros autores de qualidade que me vão tomando a atenção. Mas pela sua vasta obra Cesariny merece toda a atenção que lhe possamos dispensar.
Morreu o homem, a sua memória e obra serão certamente perenes.

ASD

Anónimo disse...

DRS, solo me preguntaba por que ese nombre.piensa que,al margen de apoyar o no la pena de muerte, McVeigh no es precisamente un santo,hizo daño a muchas familias, un daño irreparable. pense que Mário Cesariny debia tener una razon para poner ese titulo a un libro de poesia, pudiendo elegir a cientos de personas inocentes que han muerto acusadas injustamente,y PBH me respondio a la duda

y la verdad ya expuse una vez en este blog que si creo en la pena de muerte para ciertos tipejos,como violadores, pedofilos y traficantes de seres humanos. Antes, cuando era mas inocente, pensaba como tu, pero ya no me interesa tener compasion por esa clase de gentuza enferma y despreciable, destruyen la vida de miles sin que les importe nada,no hay formas de rehabilitarlos,y ningun castigo es suficiente para paliar a sus victimas

Anónimo disse...

Não, ouça, surreal surreal é a tia nunca se ter cruzado com tal personagem mitica em nenhuma das instalaçoes da policia judiciária!!! Sabem é que a tia as vezes faz umas visitinhas de cortesia mas juro a pés super juntos e com todos os pivots que o tio Brás de Oliveira deu à tia que nunca por lá o viu! Se a tia pensar bem... bom... talvez tenha sido... não, acho que não, ele não estaria em flirts com os Srs policias, pois não???
Bom, mesmo assim, este humanista senhor lá partiu e agora só nos resta esperar pelo seu telefonema, como prometeu! A tia até comprou mais uma remessa de telemoveis 1000000000 G de utimissima geração para que as ondas intercosmicas não se percam e a tia fique sem saber como está a ser a sua nova e surreal vida! Beijinhos a todos, vemo-nos no Alto de São João.