26 outubro 2007

A Vitória Extraordinária!


Por desafio de um comentador anónimo da Gazeta Lusitana que a propósito do entendimento entre os 27 Estados Membros da UE sobre o novo Tratado Europeu classificou o feito como «mais uma vitória extraordinária» do Primeiro- Ministro José Sócrates, e, considerando eu que o passo em frente, apesar de muito louvável, não só não é definitivo como está condicionado pelo processo de ratificação e, considerando igualmente o epíteto exagerado e fora de contexto, decidi responder através de um conjunto de «post» sobre outras «extraordinárias vitórias» do actual governo. Estes textos surgem como resposta ao desafio. Os temas elegidos são da sugestão do mesmo comentador anónimo que espero seja um participante activo na defesa/discussão da sua tese.

Dos temas propostos decidi começar pelo tema da "Reforma na Educação".
A Educação é um tema basilar para a discussão pública/política portuguesa. Em nenhum outro país da Europa Ocidental os desafios sobre esta matéria têm contornos tão preocupantes como em Portugal. País históricamente alheio à Escola e à formação, Portugal continua a sofrer os estigmas de uma educação insuficiente. Trabalhadores pouco qualificados, mão de obra barata, democracia deficitária, cultura cívica primária.
O problema da educação é transversal a toda a sociedade portuguesa e é-o também a todos os governos portugueses.
Não existe provavelmente matéria mais importante sobre a qual devesse haver Pactos de Regime do que esta.
Ao contrário do que afirma o nosso comentador, o actual governo não fez aprovar nenhuma Reforma da Educação. A última Reforma de que há memória e que se encontra em vigor é a do Eng. Roberto Carneiro, Ministro da Educação dos Governos de Cavaco Silva e que tem já mais de 15 anos.
O que o actual governo tem feito é tomar medidas governativas de gestão e a aprovação de determinados diplomas na AR. Isto é muito diferente de uma Proposta de Reforma. Para haver Reforma, seja onde for, é preciso saber em primeiro lugar o que se quer e qual o objectivo a atingir. Uma Reforma é um plano estruturado a longo prazo que obdece a determinados critérios previamente discutidos e aprovados em amplo consenso.
Ora, o que este governo tem tido em matéria de Educação é precisamente a falta de consenso. Dos professores, dos pais, dos alunos, das Instituições...Não existe nenhuma Reforma socialista da educação! O que existe, isso sim, é um descontentamento generalizado e transversal a todo o sistema de ensino. Mas se fosse apenas um problema de descontentamento, poderíamos alegar que as medidas não tinham consenso mas apresentavam resultados.
Vejamos os resultados: Ontem mesmo foi apresentado o Ranking anual das escolas portuguesas. No Top 20 da classificação apenas se encontra uma escola secundária de Coimbra. Tudo o resto é ensino privado. As escolas do ME são as que ocupam todos os lugares finais da escala.
Quanto a uma outra questão mais grave, que é a do abandono escolar, Portugal não sofreu praticamente alteração. De 1996 para 2006 apenas houve uma diminuição de 0,1%. Ou seja, passou-se de 40,1 % para 40% de abandono escolar no ensino secundário. Em termos comparativos, enquanto que toda a UE baixa este índice, Portugal vê-lo crescer ao ritmo de 3,6% ao ano. Os números, retirados do Eurostat, mostram, igualmente, que a percentagem de população adulta envolvida em acções de formação-educação diminuíram entre os anos 2000 e 2005ao contrário da tendência europeia.
A acrecentar a estes números assustadores, a actual política de restrição orçamental tem conduzido a um encerramento sistemático de escolas do ensino básico e secundário por todo o país. Razões economicistas fundamentam a decisão, que afecta sobretudo o interior do país, naquilo que se revela uma política desastrosa na manutenção das populações no interior.
É verdade que o Parque escolar em Portugal sofreu melhorias consideráveis nos últimos anos, mas isso em nada alterou os resultados.
Num país que brada que é de Doutores e Engenheiros, estamos muito longe de atingir a média de um qualquer país da UE. Anualmente, os índices da ONU sobre desenvolvimento e sustentabilidade apontam uma taxa de 80% (??) de iletrados em Portugal. Isto significa, que se no tempo do Estado Novo possuíamos uma vergonhosa taxa de analfabetismo, hoje, face a tais números, 80% dos portugueses, perante uma questão de carácter político, filosófico, religioso ou cientifico não sabe responder.
Não há Democracia que resista!
Esta é sem dúvida uma das «vitórias extraordinárias» do Eng. José Sócrates, o mesmo que faz o elogio do inglês no ensino básico mas que não fala inglês. O mesmo que defende o acesso ao Ensino Superior Público mas que apresenta uma duvidosa licenciatura ao país!

15 comentários:

Anónimo disse...

Pedro, intentaría escribir en portugues pero no creo que me explicaría con claridad.

Estoy completamente de acuerdo que la Educación es un tema crucial para un Estado, porque se relaciona con todo lo que compete a una sociedad: economía, política, etc, y con muchas de las cosas que apuntas, y que ademas ya has tratado en este blog (por si anonimo aparece por aqui).

Sin embargo, creo que dada la actual situación de la educación en general, no sólo en Portugal, me preocuparía mucho si el gobierno socialista hiciera una reforma, porque me consta que en los países "socialistas occidentales" las cosas en materia de educación han ido a peor. Porque el criterio que prima es "educación para todos" pero no mejor educación. El dilema que planteas en tu post sería abordado de manera... populista. Cierto, abrir escuelas en vez de cerrarlas es algo mucho mejor, pero si abrir escuelas significa ofrecer una peor educación que la que hasta ahora se tiene (y creeme que es posible, porque el abrir escuelas no siempre está acompañado con una mejora en la calidad del profesorado, y porque generalmente se recurre a la supuesta "inversión privada" que en realidad es una vulgar mercantilización de la educación en desmedro de la calidad) entonces el punto no está en reformar la educación, sino en qué tipo de educación se pretende.

Además, sospecho que si el actual gobierno portugues se le ocurriese una reforma, lo que haría sería una "formal". O sea, tener x número de escuelas similar a las de Francia, x número de alumnos como en Alemania, x número de calificaciones como dicta la UNICEF... O sea, lo que han hecho todos los gobiernos que se han embarcado en reformas desde la década de los 90's. Una de tecnócratas, no de profesionales. Y está muy bien cumplir ciertos standars, pero las consecuencias sociales que tiene esa reforma son enormes.

Te quejas que Portugal tiene un problema de mano de obra poco calificada (mal de muchos paises) ¿Sabes como han abordado la reforma educacional los países que la han hecho? Transformando esa mano de obra en calificada. La mayor parte de los países con supuestas reformas educacionales lo que han hecho es crear obreros cultos, técnicos, pero no creativos ni pensantes. Para eso olvidaran que se necesita algo: investigación. Y nunca es considerado un tema.

Perdona que haya intervenido pero es un tema que discutimos hace unos días con una amiga y me parecio que podrías tomar en cuenta que hay aspectos a considerar que son los primeros en olvidarse cuando se trata este tema

Anónimo disse...

Pedro, esqueceste-te de referir a recente aprovação do novo estatuto do aluno, em que por exemplo acaba o chumbo por faltas. Mais um bom exemplo da cultura de rigor e mérito que o PS quer nas ecolas...

Pedro BH disse...

Passaram dois dias mas o nosso anónimo não disse palavra!

Será que devo considerar já o texto uma Vitória Extraordinária?

Anónimo disse...

Caro PBH,

Não fique nervoso que as boas respostas tardam mas aparecem!

É com satisfação que constato que pretende, com este seu texto, sublinhe-se que o primeiro de 10, cumprir a sua palavra. Na verdade, não se tratou de aceitar desafio nenhum mas apenas de cumprir a promessa que o próprio havia feito. Por isso mesmo, e porque me parece que a discussão agora passou a valer a pena, declaro que este “anónimo” = RM.

Importa também sublinhar que este governo entrou há poucos meses na segunda metade do seu primeiro mandato e que as medidas governativas não se tomam todas no primeiro dia de trabalho e que mesmo assim elas levam o seu tempo a produzir resultados que possam ser apreciáveis e analisados.

Estamos todos de acordo acerca de importância que o tema da Educação tem no nosso país e devo recordar-lhe que nenhum governo se bateu mais por ele que o do Sr. António Guterres, há uma década atrás, e agora, o do Sr. José Sócrates, mais orientado para a perspectiva da qualificação, conhecimento e inovação. “O conhecimento é hoje o instrumento fundamental para criar um padrão de competitividade duradoura, em particular para um pequeno País inserido numa economia mundial cada vez mais aberta. É por isso que a educação, a ciência e a qualificação dos portugueses serão as prioridades decisivas da nossa acção governativa. A melhor política económica é a política de educação. É essa a nossa convicção e é essa a nossa escolha.” (discurso de tomada de posse do Primeiro-Ministro)

Posto isto, aquilo que me parece importante discutir, não é a questão semântica sobre a existência ou não de uma proposta formal de Reforma da Educação, mas as medidas específicas que estão a ser tomadas, segundo os objectivos dispostos no Programa de Governo (Capítulo II Novas Políticas Sociais / Tema I Mais e Melhor Educação – páginas 42 a 53) e que no seu conjunto constituem uma reforma da educação em Portugal.

Assim sendo, aqui ficam algumas medidas e resultados:

1º. PROGRAMA DE ENRIQUECIMENTO CURRICULAR, ESCOLA A TEMPO INTEIRO, lançado há 29 meses. Resultados após 23 meses: dos alunos do 1º ciclo, 65% são abrangidos pelo Ensino da Música, 76% pela Actividade Física e Desportiva e 81% pelas Actividades de Apoio ao Estudo; dos estabelecimentos de ensino do 1º ciclo, 85% possuem o Ensino da Música, 94% promovem a Actividade Física e Desportiva e 99% possibilitam Actividades de Apoio ao Estudo.

2º PROGRAMA DE GENERALIZAÇÃO DO ENSINO DO INGLÊS, lançado há 27 meses. Resultados após 21 meses: 31% dos alunos do 1º e 2º anos e 89% dos alunos do 3º e 4º anos são abrangidos pelo ensino do inglês; 43% dos estabelecimentos de 1º e 2º anos e 99% dos estabelecimentos de 3º e 4º anos possibilitam o ensino do inglês. (Abstenho-me de lhe responder, caro PBH, ao seu comentário ridículo sobre um Primeiro-Ministro que promove o ensino do inglês sem o falar!)

3º. PLANO NACIONAL DE LEITURA (PNL), lançado há 17 meses. Resultados após 12 meses: 1 milhão de crianças do pré-esoclar ao 2º ciclo abrangidas em actividades diárias de leitura orientada; quase 9 mil escolas registadas no PNL; mais de 7 mil escolas e 20 mil crianças envolvidas em 7 concursos e passatempos nacionais de leitura; participação de 1400 escolas e 18 bibliotecas públicas na Semana da Leitura; protocolos e acordos estabelecidos com 50 Câmaras Municipais, 7 Fundações e 12 Associações Profissionais.

4º INICIATIVA NOVAS OPORTUNIDADES - ADULTOS, apresentada há 25 meses. Resultados após 20 meses: 268 Centros Novas Oportunidades em funcionamento pleno; 477 protocolos celebrados com empresas e outras entidades, abrangendo mais 100 mil activos empregados; 251 mil adultos inscritos, representando 7,5% da população activa sem o Ensino Secundário Completo; 97 mil adultos certificados com o Nível Básico. (É curioso que o caro PBH recorra a números que revelam, nos períodos de governo do Sr. Durão Barroso e do Sr. Santana Lopes, uma diminuição da percentagem de população adulta envolvida em acções de formação-educação, mas se tenha esquecido de analisar os números actuais!)

Outras medidas apresentadas ao longo da legislatura e já postas em prática:
- Programa de Modernização das Escola Secundárias;
- apoio aos alunos com Português como Língua não Materna;
- programa Educação para a Saúde;
- Fórum Educação para a Cidadania;
- Plano Tecnológico da Educação;
- Iniciativa para a generalização da utilização de computadores e Internet;
- regime de preços convencionados para a venda de manuais escolares e outros recursos didáctico-pedagógicos;
- criação da Equipa de Missão para a Segurança Escolar;

O caro PBH refere depois o encerramento de escolas como consequência da política de restrição orçamental. Pois desengane-se! O encerramento de escolas faz-se por razões pedagógicas e obedece a uma regra geral que é de fácil percepção: pondera-se o encerramento de escolas com menos de 20 alunos e com taxas de aproveitamento inferiores à média nacional. Não lhe será a si difícil reconhecer a aberração pedagógica que constitui uma escola de meia dúzia de alunos que, justamente por serem tão poucos, não promove nem dispõem da grande maioria de comodidades e serviços de que uma escola deve dispor. As palavras do Primeiro-Ministro são claras: “A ambição de Portugal não é ter 50 por cento dos alunos em escolas boas, mas 100 por cento em escolas boas.”

Quanto Índice de Desenvolvimento Humano criado pela ONU, que o caro PBH refere com outro nome, saliento que o último relatório apresentado data de 2006 e teve por base dados e números de 2004! É preciso recordar-lhe há quanto tempo este governo está em funções?

E já que fala no Ensino Superior Público, (embora o faça para reproduzir outro comentário absurdo sobre uma questão que está perfeitamente esclarecida e encerrada) talvez não seja demasiado recordar-lhe a Reforma do Ensino Superior que este governo tem levado a cabo. Chamar-lhe-á também medidas soltas… pois aqui ficam elas:
- recuperação do atraso na implementação do Processo de Bolonha;
- lançamento do processo de internacionalização das Universidades Portuguesas através de parcerias com instituições universitárias de reconhecimento mundial;
- cursos de especialização tecnológica;
- reforço do investimento na ciência;
- alargamento da base de recrutamento e do número de estudantes;
- reforço da capacidade científica, técnica e de gestão das instituições universitárias;
- envolvimento das instituições com a sociedade e a economia e participação nas redes internacionais de conhecimento global;
- reforço inequívoco do sistema binário (ensino politécnico e ensino universitário);
- maior autonomia na gestão das instituições com diferentes modelos de organização sujeitos a regras comuns;
- racionalização da rede de escolas estimulando associações e parcerias;
- aumento da formação dirigida a adultos;
- acreditação e avaliação de cursos e escolas segundo os melhores padrões europeus;
- revisão dos Estatutos das Carreiras Docente e de Investigação.


Para terminar, resta-me lamentar que num texto tão crítico sobre a Educação em Portugal e sobretudo tão arrasador sobre o nível cultural dos Portugueses, o caro PBH tenha cometido um erro ortográfico que em nada se assemelha a um erro cometido por mera distracção: “históricamente” é um advérbio, Sr. PBH!

Pedro BH disse...

Caro Anónimo

Fico satisfeito que tenha respondido ao «post», pois foi feito a pensar em si.

Deixe-me antes de tudo fazer duas considerações que me parecem importantes:

Esclareci no meu texto que a questão da educação não só é uma discussão fundamental da sociedade portuguesa mas também que é uma questão transversal, aos governos, à sociedade, às familias e a cada um de nós. Fazer a defesa da educação em Portugal partidizando-a é um erro, mas seguramente terá as suas razões que eu penso compreender.

A segunda consideração prende-se com uma questão temporal que o caro anónimo parece esquecer, iludindo-se ou desejando a nossa ilusão, mas que na verdade penso ser a resposta para a sua tendência de partidarização.
Quem governou Portugal em 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000, 2001, 2004, 2005, 2006 e 2007 foi o Partido Socialista.

Servem estas consideraçãos apenas para o alertar quanto a tudo o que sejam datas, implementação de propostas, verificação de resultados e balanço da acção governativa.

Neste contexto, não é relevante se o actual governo está «na segunda metade do seu primeiro mandato» ou coisa semelhante! Se assim fosse teriamos de fazer um balanço mais alargado o que provavelmente não traria benefícios à sua visão partidocrata.

Lembro-me bem da «Paixão da Educação» do Engº António Guterres - chamo-lhe Engº porque é o seu título académico, ao contrário de si, que não percebi se numa tentativa de homogenização à laia de valor da Igualdade na sua versão jacobina ou numa forma estratégica de o equiparar de forma menos polémica ao actual Primeiro-ministro não o faz- A Paixão do Engº Guterres foi isso mesmo. Uma paixão, um monólogo, um interesse ardente em campanha, mas um esquecimento na governação. E não insista muito neste ponto. Os números são assustadores!

Constato que é um conhecedor dos discursos do Primeiro- ministro e do Programa de Governo, contudo, os discursos, nomeadamente os de tomada de posse, dizem-me muito pouco.São como sabe processos de intenção e não mais do que isso.
O mesmo acontece com o Programa de Governo que o Caro Anónimo transporta para aqui, no entanto, Programas não são medidas e sobretudo não alteram resultados.

Retirando portanto as intenções do actual governo em matéria de educação, inclusivamente as do ensino superior, que tão bem nos ilustrou mas que nem essas são totalmente inéditas, restam-nos 4 medidas concretas na «sua» Reforma da Educação.

Todas elas me parecem positivas.A este ritmo e num esforço continuado, Portugal obterá os resultados esperados destas medidas. Assim seja!

Quanto à manutenção do parque escolar contínuo convicto de que são razões economicistas que conduzem ao encerramento de escolas e não razões de ordem pedagógica. A sua fé nas palavras do Primeiro-ministro leva-o a aceitar sem restrições uma frase sem sentido. O que é ter 100% de alunos em Escolas boas? Muitas foram as escolas com obras de requalificação terminadas que fecharam este ano. São para quem essas escolas boas?

Quanto ao índice de Desenvolvimento Humano: É preciso recordar-lhe de novo há quanto tempo este partido está em funções?

O nível cultural dos Portugueses é de facto arrasador e os meus comentários sobre o Primeiro-ministro não são tão ridículos como podem parecer, antes constituem um reflexo ténue dessa minha avaliação. Bem mais significativos e preocupantes que o acento tónico do meu advérbio.

Anónimo disse...

Caro PBH,

Como sempre, pretende ser mais conhecedor e esclarecedor que os demais mas acaba em contradiçao e erro. Vamos às datas: no ano de 2004, que o caro PBH inclui nos anos de governaçao socialista, estiveram no poder, como Primeiro-Ministro: o Sr. Durao Barroso, que tomou posse a 6 de Abril de 2002, demitiu-se a 29 de Junho de 2004 e deixou o cargo a 17 de Julho de 2004; e o Sr. Santana Lopes, que tomou posse a 17 de Julho de 2004, foi demitido a 30 de Novembro de 2004 e manteve-se à frente do governo de gestao até ao dia 12 de Março de 2005, repito 2005, data da tomada de posse do Sr. José Sócrates. Leia as vezes que forem precisas para ver se esclarece para si mesmo este detalhe e para a próxima faça-o antes de atirar sobre os demais acusaçoes de pretensa manobra de ilusao.

Assim sendo, e tal como eu havia dito no primeiro comentário, em 2004, nao se equivoque, DOIS MIL E QUATRO, ano em cujos números se baseia o último Índice de Desenvolvimento Humano feito pela ONU, quem esteve no poder NAO foi o Partido Socialista!

Depois o caro PBH, novamente na ânsia de responder de qualquer maneira sem fundamentar ou sequer pensar o que escreve, diz que "retirando portanto as intenções do actual governo em matéria de educação, inclusivamente as do ensino superior (...) restam-nos 4 medidas concretas na «sua» Reforma da Educação." O caro PBH por acaso leu com atençao todo o comentário que eu lhe escrevi? Eu apresentei-lhe: 4 medidas tomadas no início do mandato com os respectivos resultados já analisados; apresentei-lhe mais 8 medidas já tomadas ao longo do mandato mas cujo tempo que decorreu desde que foram tomadas ainda nao permitiu extrair resultados analisáveis; e ainda lhe apresentei mais 13 medidas já tomadas que constituem a Reforma do Ensino Superior deste governo. Sabe fazer contas de somar? Eu dou-lhe uma ajuda: 4 + 8 + 13 = 25! Vinte e cinco medidas tomadas na área da Educaçao em dois anos e meio de governaçao, repito, sao medidas tomadas, nao sao intensoes, e o caro PBH diz que apenas restam 4 medidas concretas???

É assim que pretende ser levado a sério quando critica por criticar a acçao deste governo que o senhor nao só desconhece como ainda fecha os olhos quando lhe é posta na frente???

Com todo o respeito caro PBH, mas tinha-o por mais inteligente!

Pedro BH disse...

Caro anónimo

Não gosto do seu tom!

Acha que estou preocupado que o ano de 2004 corresponda a um ano de governação social-democrata? Sabe dizer-me em que muda isso a realidade quando o país é governado desde 1995 por governos socialistas consecutivos? Acha que os resultados do relatório da ONU são fechados a esse ponto?
Deixe de ser demagogo!

As medidas que apresentou, à excepção de 4 ,das quais apresentou resultados, são intenções inscritas no Programa do Governo.
Quer que lhe mostre as medidas inscritas nos Programas de Governo de Portugal desde 74 em matéria de educação?
Não quererá seguramente porque são milhares.Nem por isso a educação melhorou substancialmente nem alterou os números vergonhosos que sobrevivem no nosso sistema de ensino!

Anónimo disse...

1º ponto: o PBH afirmou que 2004 foi um ano de governação socialista. Enganou-se! Não foi!

2º ponto: usou essa afirmação para justificar a valência, na discussão, do relatório da ONU. Esse relatório foi baseado em dados recolhidos em 2004, anos de governação não socialista! E sim, os relatóios são fechados a esse ponto. E sabe ê? Porque são efectuados anualmente com base nos dados relativos a dois anos anteriores. O último relatório, aquele a que o PBH se referiu, data de 2006 e foi efectuado com base nos dados de 2004!

3º ponto: insiste na ideia de fazer passar desperecebidos os quase 3 anos de governos de direita. Toda a gente sabe o quão negativos foram para o país, mas fingir que eles não existiram, ainda para mais de quem os apoiou é, no mínimo, cobardia!

4º ponto: todas as medidas que lhe apresentei são medidas postas em prática por este governo. Não são intenções que venham escritas no Programa de Governo mas são, TODAS ELAS, medidas expostas em portarias, decretos e despachos do governo. Uma simples consulta aos sites do Governo, do Ministério da Educação e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, permite-lhe comprovar isto mesmo!

5º ponto: a discussão que o próprio PBH iniciou dizia respeito à actuação deste governo em matéria de educação. Desconhecia por completo as medidas tomadas e, portanto, quando foi confrontado com elas não soube como reagir. Ignorou-as. Optou por direccionar a discussão para temas tão revelantes como o título de cada um dos primeiro-ministros e, num acto final de desespero, acaba a culpar o estado actual da educação em Portugal com os Programas dos sucessivos governos desde 1974!

Em que ficamos afinal? Ou consegue debater um tema com seriedade ou não! E se não, pois divirta-se a criticar e acusar sem fundamento, mas não espere que lhe respondam da mesma forma ou que o levem a sério!

Pedro BH disse...

Caro anónimo

O que você não compreende, e que reflecte uma visão ingénua da sua parte em relação à política, é que esta discussão não se centra no ano de 2004,ou no ano em que a ONU recolhe certos dados. É muita ingenuidade pensar que dados desses são reflexo de 12 meses de governação ou de acção política.

É ainda menos importante se me enganei relativamente a quem governou em 2004. Sinceramente, caro anónimo,se o PSD governou em 2004 metade do ano ou apenas três meses, também isso não é importante! O PS governou desde 1995 e governa ainda hoje.

Deixe de fazer uma defesa partidocrata da educação porque isso em nada o abona, nem a si, nem ao seu partido.

Não me volte a chamar cobarde porque eu não gosto!

Você não sabe que governos apoiei ou deixei de apoiar. Você nem sequer sabe a quem se dirige o meu voto.

As suas colagens do Programa de Governo em pouco abonam a esta discussão. Já lhe disse o que penso sobre o assunto e tive também a oportunidade de louvar as medidas que referiu na justa medida.

A discussão pela minha parte está terminada.

Anónimo disse...

Caro rm

Na posição de aluno, pedia-lhe que frequentasse uma sala de aula portuguesa. Filosofias de intenções, mesmo que apenas intenções, e, sim ou não postas em prática, são apenas réplicas do que já ocorre noutras sociedades. Um caso descrito de andar na carruagem, mas não na primeira. Apenas conformismo... mas com falta de inovação!
Além: Medidas postas em prática, como diz. E como digo, além de aquém de um produtivo sistema de ensino, como bom discurso politico português, è uma razoável intenção que em pouco chega á sala de aula. Grave: é não chegar. Muito grave: é apenas razoável.

Obrigado
José FT

Anónimo disse...

Caro PBH,

Outra atitude sua nao seria de esperar: abandonar a debate sem o ter sequer conseguido começar...

Quanto aquilo que eu sei sobre as suas simpatias partidárias é precisamente o mesmo que o PBH sabe quando me afirma "o seu partido"! Uma vez mais o estilo habitual: aponta para os demais sem se ver a si próprio.

Relativamente às medidas, que o caro PBH persiste em teimar que nao existem e que foram copiadas do Programa de Governo, eu já lhe disse onde pode consultar as portarias e os decretos que as contemplam. Se nao o quer fazer, esse é um problema seu. Nao me acuse é de nao ajudar a discussao quando lhe apresento factos que o senhor finge nao ver e, repetidamente, mesmo depois de lhe serem identificados e localizados, diz nao existirem.

Parece-me lógico que, enquanto a sua postura e comportamento for este (e nao faz falta chamar-lhe todos os nomes que vêm à cabeça de quem lê estes seus comentários) nao é de facto possível levá-lo a sério, querendo isso dizer que, continuar a responder-lhe é uma perda inequívoca de tempo!

Anónimo disse...

Caro José FT,

A pergunta é óbvia: que sugere entao? Se medidas nao servem, o que propoe? Que atitudes entende que se impoem?

É que se vem criticar por ignorancia ou dizer mal por prazer, isso, como já deve ter notado, já há quem faça. Mas se quer de facto acrescentar algo útil a este diálogo parece-me que terá de se esforçar um pouco mais!

Anónimo disse...

José ft: você disse o problema exato.

Marcela

Anónimo disse...

"impoem" e "ignorancia" não se escrevem com uns quantos acentos...!?
Caramba Anónino ou RM... que mau feitio...

Anónimo disse...

Não é que lhe deva explicações, caro anónimo, mas devo premiar a sua atenção. Acontece que eu me encontro a residir no estrangeiro e que o computador do meu local de trabalho e de onde escrevi esse comentário, não dispõe de um teclado português e por esse motivo não tem os mesmos caracteres nem os mesmos acentos, tal e qual existem nos teclados portugueses. Agora estou a escrever de casa, do portátil que foi comprado em Portugal, e como vê, aqui já tenho os acentos todos.

Obrigado pelo seu contributo tão fundamental para a discussão sobre a situação da Educação em Portugal!