O ministro da saúde do governo português, mais uma vez, foi a imagem da arrogância e da prepotência do governo encabeçado por José Sócrates ao intimar a Ordem do Médicos a fazer alterações no seu código deontológico nos artigos referentes à prática da interrupção voluntária da gravidez.
Não contesto obviamente, nem sequer o próprio bastonário, que qualquer entidade ou instituição nacional deva estar obrigada a cumprir a legislação portuguesa em vigor. A Ordem dos Médicos e a sua relação com a lei do aborto não é certamente excepção a esta regra vital de um Estado de direito democrático. O que já não é consensual é a atitude por parte do governo, precipitada, desnecessária e em tom hóstil, indicando à ordem profissional em questão que procedesse com urgência à rectificação do seu próprio código deontológico. A Ordem dos Médicos não deseja que regulamentos internos produzidos por si contrariem a lei geral do país, nem tão pouco fazer deste assunto um cavalo de batalha junto do governo. O ministro da saúde com excesso de zelo e com um gesto de arrogância quer passar por guardião da lei e do interesse público. Pena é não ser assim em relação a outros assuntos na área da saúde que em nada contribuem positivamente para a mesma nem para um maior desenvolvimento e fixação de populações em zonas do interior português.
Representa este acto mais uma prova de que o Estado (este primeiro-ministro parece rever-se inteiramente nisto) quando quer estar em todo o lado, quando é excessivamente grande e extravasa a sua esfera de acção, acaba por desferir um golpe na Liberdade enquanto valor, na sociedade civil enquanto potenciadora de iniciativa privada e em particular numa instituição que se tem por responsável e cumpridora da lei, que tem por norma geral da sua actividade a protecção da vida, uma sólida ética e não o desrespeito da lei.
Pela sua saúde senhor ministro!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
5 comentários:
O que não seria se isto se passasse com o anterior governo PSD?
O mais curioso é este post ser redigido por um militante activo do partido mais à direita de Portugal... uns cantam a Grândola, outros dão tiros nos pés...
Caro anónimo o seu comentário é tão vago e impreciso quanto o seu nome... Se não sabe fica a saber que este blog não é partidário, é transversal a vários partidos e áreas políticas e quanto à minha militância (agradeço a adjectivação de activa) não é certamente no partido mais à direita de Portugal! E mesmo se fosse...mas não é. Já ouviu falar em uma coisa chamada Liberdade? E em outra denominada de Pluralismo?
Sobre aquilo a que o blog é tranversal ou longitudinal penso que isso fica à consideração dos leitores que o visitam... mas o facto de os colaboradores do blog serem, na tua totalidade, simpatizantes ou militantes assumidos de um determinado partido, isso só por si já é muito revelador. Quanto ao seu partido, ele é o mais à direita do Parlamento Português... se há outros partidos fora do parlamento ainda mais à direita isso é totalmente irrelevante. E por já ter ouvido falar em Liberdade e Pluralismo é que não critiquei as suas opções partidárias, apenas salientei a curisodade da contradição das suas preocupações face aos valores que a sua doutrina política defende.
E por fim, quanto à imprecisão do meu nome, eu passo a assinar os meus comentários... se acha que por escrever aqui um nome próprio e duas letras sou menos vago do que escrever anónimo, eu faço-lhe a vontade!
Manuel FS
Caro Manuel FS (posso continuar sem saber quem, nem se torna menos vago por este simples gesto mas é mais correcto da sua parte fazê-lo assim. Pelos vistos concorda)
De onde tirou essas informações e ideias erradas? Está mal informado ou então desatento. Ou as duas coisas em simultâneo.
Repito: os autores deste blog, ainda que não seja essa a sua motivação de base, são militantes, apoiantes e simpatizantes de vários partidos políticos. Logo manisfestam-se aqui opiniões de carácter transversal a várias áreas e partidos políticos. Revelador é do espírito de Liberdade e de Pluralismo com que todos os assuntos devem ser discutidos e debatidos, sem preconceitos nem ideológicos nem politíco-partidários e com toda a seriedade e responsabilidade.
Enviar um comentário