17 novembro 2007

Por falar em números...

Sequence 1
Vídeo enviado por e5uf2

José Sócrates, na campanha eleitoral de 2005, diz que 7,1% de desemprego são a "marca de uma governação falhada" e de uma "economia mal conduzida". Em Outubro de 2007, com José Sócrates como primeiro-ministro, Portugal tem 8,3% de desempregados e, pela primeira vez em quase 30 anos, a taxa de desemprego é superior à de Espanha.

13 comentários:

António de Almeida disse...

-Será pois então legítimo afirmar que este também é um governo falhado. Os números já conhecia, o vídeo é que não.

Diogo Ribeiro Santos disse...

Ingenuidades do então secretário-geral do PS, que ainda achava que a economia pode ser conduzida...
Paradoxalmente, se (repito, se) este Governo passar à História pelo seu sucesso na área económica, este elevado desemprego (coincidente com um crescimento de 1,8% ou superior) será a marca desse mesmo sucesso: é o sinal de uma profunda reestruturação do modelo económico português, que muda para se adaptar ao mercado global. Ao adaptar-se, a economia destrói empregos; como (ainda) cresce a um ritmo insuficiente, os empregos gerados sao inferiores aos destruídos.
Portanto, será sinal de muita coisa, mas não de falhanço do Governo.

Pedro BH disse...

A economia na sua opinião não pode ou não deve ser conduzida?

Pedro BH disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Diogo Ribeiro Santos disse...

Não pode e não deve.

Pedro BH disse...

Poder pode. Aconteceu bastas vezes ao longo da História.
Quanto ao não deve é outra conversa.
Ás vezes deve, se os interesses económicos forem em contra aos interesses de uma sociedade socialmente e democraticamente organizada.

Diogo Ribeiro Santos disse...

Pois foi, e com muito maus resultados.
Impedir que os interesses económicos vão contra outros interesses de uma sociedade democraticamente organizada não implica conduzir a economia. Implica, isso sim, defesa da concorrência, regulação e aplicação da lei penal.

Pedro BH disse...

Haja regras, livre e honesta concorrência e quem aplique as leis!

Diogo Ribeiro Santos disse...

Nem mais!

JOY disse...

Já na altura eu achava que este senhor não passava de um vendedor de banha da cobra ,não esperava que se torna-se num hipócrita.

JOY

Carlos Sério disse...

Caro Diogo, como você está enganado.
Infelizmente não é só você.
A falta de crescimento económico e o desemprego não são sinais de qualquer profunda reestruturação, mas sinais de uma total desgovernação motivada pelo total descontrolo da despesa publica.
Enquanto a economia portuguesa no ultimo trimestre relativamente ao trimestre homólogo do ano anterior subiu 1,8% do PIB a média europeia foi de 2,9%. Rgredimos, afastámo-nos da UE em 1,1%.
Tenha em atenção estes numeros e veja como é uma mistificação a redução do défice.
As receitas provenientes dos impostos Directos e Indirectos arrecadadas pelo governo PSD/CDS em 2004, somaram 28.389 milhões de euros. Em 2007 estas receitas, dos mesmos impostos, totalizaram 34.557 milhões de euros. Uma diferença portanto de 6.168 milhões de euros. Este montante representa 4,6% do valor do PIB de2004.

Isto significa, muito simplesmente, que o Défice real de 2004 (com todas as receitas extraordinárias) que ascendeu a 5,2%, seria reduzido para apenas 0,6% do PIB se pudesse contar com igual montante de receitas de impostos que hoje é cobrado aos portugueses. Sem contarmos sequer com as múltiplas receitas extraordinárias das desorçamentações e venda de património praticado pelo governo de Sócrates ou ainda as receitas provenientes dos cortes sociais que impôs aos portugueses constata-se, quanto elevado é o grau de desgovernação económica deste País e quanto falaciosa, mistificadora e miserável é a campanha que apresenta como grande triunfo do governo a redução do Défice em 2007 para 2,4% do PIB.

Mérito seria seguramente se tal redução fosse obtida em iguais condições às que recebeu quando tomou posse, sem aumentos de impostos e sem os cortes sociais que empobreceram e diminuíram a qualidade de vida dos cidadãos.

Diogo Ribeiro Santos disse...

Caro ruy,

O seu comentário, que muito apreciei, merece uma resposta cuidada e atenta, mas o tempo de que disponho não me permite consagrar-me a essa tarefa. Peço-lhe, por isso, que tenha a paciência de aguardar e responder-lhe-ei em post autónomo. Um Números II ou coisa que o valha. Sim? Muito obrigado.

Carlos Sério disse...

Caro Diogo, creio que me precipitei um pouco uma vez que você frizou bem "se (repito se).
Tenho por certo que este governo e a sua politica nos estão a conduzir para o abismo.
A redução do Défice que é sua bandeira não passa de uma grande falácia. Repare:

Consultados os dados do Orçamento de Estado desde o ano 2005, verifica-se que o aumento de impostos, directos e indirectos, de 2005 para 2008 se cifra em 22,1%, o que corresponde a uma percentagem do PIB de cerca de 4,3%.
De outro modo, o valor diferencial dos impostos arrecadados em 2008, 36.000 milhões de euros (previsão do Orçamento), face aos arrecadados em 2005, 29.843 milhões de euros, fazem objectivamente baixar o Défice, qualquer que seja o seu valor, em 4,3% do PIB.
Ou ainda, o aumento de impostos aplicado desde 2005 pela governação Sócrates, mantendo todas as outras condições iguais, isto é sem os ganhos financeiros provenientes dos Cortes Sociais entretanto impostos pelo governo, encerramento de maternidades, Centros de Saúde, SAPs, escolas, aumento das taxas moderadoras e medicamentos, etc, acarreta só por si, uma redução do Défice em 4,3% do PIB.
Assim, considerando somente as receitas arrecadadas com os impostos previstos em Orçamento, o valor de um Défice hipotético de 6,7% do PIB em 2008, baixaria para um valor de apenas 2,4% do PIB (meta apresentada como um grande feito pelo governo).
abraço, obrigado e as minhas desculpas pelo meu comentário intempestivo