Finalmente o Presidente da República deslocou-se em visita de Estado a um país lusófono.
Fez bem e escolheu bem. Apesar de tarde, a escolha de Moçambique revelou ser uma boa escolha. Depois do encerramento do eterno dossier Cahora Bassa, em que o Estado português passou para o governo moçambicano 85% da hidroeléctrica reservando apenas 15% da operação, muitas pequenas questões de politica e de cooperação puderam ser desbloqueadas, que, apesar de pequenas, no seu conjunto criam as condições de confiança necessárias para uma nova etapa na relação entre os dois países.
O PR fez-se acompanhar de uma significativa comitiva de personalidades da vida económica, cultural e politica portuguesas, para além de quatro ministros - Defesa, Cultura, Educação e Negócios Estrangeiros.
Foram assinados importantes protocolos, nomeadamente nas áreas da Educação - finalmente e ao fim de 10 anos, a Escola Portuguesa de Moçambique passa a ter personalidade júridica reconhecida pelos moçambicanos, assim como nas áreas da Defesa, onde Portugal desenvolve importates programas de cooperação técnico-militar. Também na Cultura e na cooperação se deu mais um passo. Portugal parece empenhado no programa de reabilitação da Ilha de Moçambique - antiga capital colonial e património da Humanidade- que desde há anos aguarda os fundos e a necessária vontade política para tornar este lugar único um paradigma do intercâmbio cultural e da miscigenação no Índico.
As relações económicas marcaram uma parte importante desta visita como não poderia deixar de ser. O PR fez-se acompanhar por vários empresários e pelo presidente da AICEP. Juntos participaram num seminário económico e inauguraram uma exposição "Portugal Inovação".
Portugal possuí inúmeros interesses económicos em Moçambique. Áreas como a banca, a industria cimenteira, a hotelaria, a construção civil e muitos serviços e comércios, estão na mão de empresas e empresários portugueses. Reforçar a nossa ligação a Moçambique deverá ser um desígnio importante da acção externa portuguesa. Moçambique vive em paz, tem verificado bons índices de crescimento nos últimos anos, possuí uma importante comunidade portuguesa activa e empreendedora e mantém, apesar da distância, uma ligação afectiva importante a Portugal.
Finalizado o dossier Cahora Bassa, que durante anos impediu que os moçambicanos aceitassem de bom grado muitas iniciativas e projectos por parte dos portugueses, será importante marcar o inicio de uma nova era nas relações entre os dois países.
Portugal tem tudo a ganhar. Os moçambicanos também, e agradecem.
2 comentários:
Quem é este ??
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