Vagaram as cadeiras no Palácio da Ajuda (ala norte...) e na Av. João Crisóstomo. Já há substitutos. José António Pinto Ribeiro e Ana Maria Jorge respectivamente. À altura da relevância dos cargos? A ver vamos (por curiosidade o sítio na internet do ministério da saúde já foi actualizado ao contrário do da cultura...).
Segundo o sr. primeiro-ministro foi a pedido dos próprios que estes foram substituidos. Pede, sai, venha o próximo. Não terá sido antes incapacidade política, prejuízo à governação, danos na imagem do governo, demissão!? Parece-me que o circuito terá sido mais semelhante a este último cenário. Ou então as remodelações são da exclusiva responsabilidade do primeiro-ministro mas há excepções e aceitam-se substituições a pedido! Já terá recebido mais pedidos? (estou a lembrar-me de Mário Lino, Manuel Pinho, Maria de Lurdes Rodrigues só para citar alguns nomes mais flagrantes). Parece-me que já terá uma lista algo extensa. Há que dar vazão! Não é excessivo recordar que três ministros de Estado em áreas igualmente importantes como as Finanças, Negócios Estrangeiros e Administração Interna já foram remodelados. Ou terão sido "remodelados"? Campos e Cunha muito imprevisível (independente...), Freitas do Amaral por motivos de saúde (terá sido algum conflito com Correia de Campos?) e António Costa para que Lisboa voltasse para a teia socialista. Agora, a pedido, Isabel Pires de Lima e Correia de Campos (já sem falar num ou noutro secretário de Estado) saem do governo.
Diz Sócrates que as políticas são para continuar! Já se percebeu que aquilo que era tido por firmeza se converteu (ou sempre terá sido...) em teimosia e arrogância.
Se é importante um serviço nacional de saúde, bem gerido, com sustentabilidade e com serviços de qualidade de preferência, ao qual todos tenham acesso não é razoável limitar a oferta de cuidados de saúde a certas populações, sobretudo em zonas já de si carenciadas a vários níveis. A lógica dos cortes e da concentração poderá significar menos despesa, mas significará uma boa economia de meios e melhor gestão? Melhores serviços às populações de zonas mais desertificadas não será certamente. E menos ainda bons contributos do poder político central à fixação de pessoas nessas zonas do território nacional. Natalidade em queda, uma fatalidade certamente...
Políticas culturais são também para continuar! Em primeiro lugar, quais? Em segundo, será o abandono de instituições museológicas nacionais uma política a seguir? A contemplação de ruínas do nosso património cultural (que neste caso nada tem de filosófico-romântico) uma atitude responsável a prosseguir? Incentivos isentos à criação artística e sua diversidade que não sejam o velho subsídio/esmola/condução do gosto, um fomento de uma margem de manobra maior dos privados e sociedade civil arrancarão objectivamente agora? Não, as políticas são para continuar!
Quem começa a precisar de remodelação é o sr. primeiro-ministro que bem podia pedir (já que é a pedido) a sua própria substituição no cadeirão de S. Bento. Tem os seus méritos (embora sejam cada vez mais raros) mas um deles não é o de governar à direita como alvitram alguns. Uma concepção política que assenta na intervenção estatal e no braço comprido do Estado nada tem de conservador/liberal, e tanto quanto sei são estas as grandes áreas políticas à direita.
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