27 fevereiro 2007

Por fim...


Há décadas que o mundo se debate pelos problemas ambientais. O crescimento exponencial das economias e das actividades industriais, aliadas ao consumo desenfreado das sociedades contemporâneas criou um situação insustentável do ponto de vista ecológico e da sustetabilidade energética, dos solos, da atmosfera, da água e dos demais elementos naturais. Em 200 anos os frutos da I Revolução Industrial conseguiram alterar profundamente a face do planeta, a forma como olhamos para a economia, a tecnologia, a política, o consumo, a liberdade, o desejo, as crenças religiosas. A tecnologia desenvolvida nos últimos 200 anos, supera em larga escala todos os avanços da ciência nos anteriores 2.500.000 anos desde que o Homo Sapiens dominou a técnica do fogo e se expandiu no povoamento do planeta. É extraordinário perceber, do ponto de vista histórico e temporal, como tão profundas alterações se deram num tão curto espaço de tempo.
A factura desta descoberta maravilhosa que nos conduziu na senda da velocidade e da informação, do consumo e do conforto, é enorme. A ecologia, vive de equilibrios frágeis, e os recursos para alimentar e proporcionar bem-estar a 6.000.000.000 de pessoas são escassos.
Ao fim de décadas de discussão sobre os efeitos nocivos que este status quo provoca no meio ambiente a nível global, parece que as preocupações ecológicos começam a entrar definitivamente no discurso dos líderes mundiais.
O Presidente da Comissão Europeia anunciou uma proposta para uma política energética comum, declarando que "a Europa está a preparar uma grande revolução industrial". Declara-se convencido de que a proposta da Comissão, a discutir a 08 e 09 de Março na Cimeira da Primavera, vai ser aprovada pela maioria dos Estados.
Antecipando um «conselho europeu histórico», Durão Barroso mostra-se convencido de que a energia e o clima são o «grande motivo para a integração europeia no século XXI» e que a sua proposta vai «mudar o modelo de desenvolvimento económico, baseado no carbono de baixo custo». Para Durão Barroso, a energia e as alterações climáticas são hoje «a questão central europeia», pelo que é essencial a Europa trabalhar em conjunto.
Também esta semana, assistimos a um acontecimento inédito. O antigo vice-presidente norte-americano Al Gore subiu ao palco das estrelas de cinema para receber um Óscar da Academia das Artes Cinematográficas. Fê-lo por duas vezes, e por duas vezes defendeu a necessidade de mudança na política energética e ambiental. Independentemente das questões eleitoralistas ou de promoção política subjacentes ao seu discurso e aparição pública em Los Angeles, a verdade é que as suas palavras têm impacto ao nível do discurso político.
Portugal infelizmente não está a desenvolver os esforços necessários e desejáveis para cumprir as directivas comunitárias de redução de emissões de C02 até 2010. Se há alguns anos estávamos aquém de atingir a nossa quota de emissões, hoje somos excedentários, afastando-nos das metas propostas. A nossa factura petrolífera cresceu 19% no ano passado e o desenvolvimento de uma real política de incremento de energias renováveis está longe de ser uma realidade. Apesar de tudo alguma coisa tem sido feita.
A consciência de que o actual modelo de desenvolvimento é insustentável são boas noticias, porquanto essa consciência nos conduzirá à alteração de comportamentos e de opções.

Penso que a real mudança se faz em cada um de nós, enquanto cidadãos e decisores, e é das opções individuais que nascem os modelos políticos gerais. É por isso que deixo aos caros leitores da Gazeta Lusitana, um pequeno exercício para verificarem das suas opções do dia-a-dia e de como isso pode afectar a sustentabilidade ecológica. É um exercício simples e fácil, designado de «pegada ecológica» e os resultados podem ser surpreendentes.

3 comentários:

Anónimo disse...

Voy a darte la misma respuesta que di en un foro: he plantado arboles, ahorro agua todo lo que es posible, reciclo... ¿para que? Todo el esfuerzo ecologico se pierde en cuanto hablas de dinero. ¿Que la UE va a tratar el tema? Oh, gracias, pero ayudaria mucho mas que exigieran a Estados Unidos y a China que dejaran de contaminar, a riesgo de imponerles sanciones drasticas y que sean obligados a firmar Kyoto y a cumplirlo. Que impidan el traslado de fabricas a zonas de mano de obra barata para contaminar a destajo porque alli no les ponen restricciones ecologicas. Que dejen de vender a paises del Tercer Mundo toxicos y desechos. Que comiencen a construir vehiculos que no usen petroleo ni derivados y que sean accesibles a cualquiera, al mismo tiempo que se reciclen los antiguos. ¿O que piensas, caro PBH, que los buses que no cumplen la norma de la UE se reciclan? No, se venden a paises como Bolivia, o India.

Las medidas de la UE solo tienen como objetivo limpiar el aire europeo. Y asi la cosa no funciona.

Perdona la respuesta, pero van a desaparecer los tigres de la India por culpa de este desastre ambiental que hemos creado y siempre que leo esas noticias me enfermo.

Blog logo existo disse...

A este respeito gostaria de comentar acerca de algo que me parece tão matematicamente lógico que é impossível ainda não ter sido pensado pelos nossos governantes mas que, ainda assim, ninguém parece ter em consideração. Ano após ano, orçamento de estado após orçamento de estado, governo após governo, não só em Portugal mas também nos outros países denomidados desenvolvidos, procura-se aumentar continuamente a produtividade. Na prática, com os actuais modelos económicos este crescimento é necessário porque se assim não fosse, a inflação e outros factores económicos fariam decrescer o nível de vida dos cidadãos. É importante perceber que o aumento da produtividade não se traduz imediatamente em melhoria do nível de vida. Há que ter em conta que o crescimento económico tem que ser superior à inflação. Ora uma vez que o aumento da produtividade implica um aumento no consumo dos recursos naturais do planeta, e convém lembrar que estes recursos são FINITOS, é lógico concluir que não é possivel continuar a aumentar a produtividade "ad eternum". Se não há nenhum erro no meu raciocínio então devíamos começar a pensar em mudar os nossos modelos económicos para algo que valorize a estabilidade e não o crescimento da produção. Atingiremos algum dia (e em minha opinião esse dia pode estar a uma ou duas gerações de distância) o ponto de ruptura e corremos o risco de ser confrontados com uma série crise da qual poderemos não ser capazes de nos erguer.

Anónimo disse...

Texto en periodico Adn de Madrid. ¿Vive Al Gore como ecologista? No. Gasta mas de 1000 euros mensuales en luz. ¿Quien lo dice? El Tennessee Center for Policy Research, un centro de estudios promotor del libre mercado que ha sacado a la luz las facturas eléctricas del ex vicepresidente estadounidense.

Money is money.