Já passaram três anos sobre a morte física de Sophia. Não acredito na vida para além da morte, pelo menos como é apresentada tradicionalmente pela Igreja Católica. De Sophia permanecem a memória e a obra. É através destas formas que continua viva em cada um de nós. Sou e continuarei a ser um sophiano.
Ontem, 3 de Julho, no Centro Nacional de Cultura, um pequeno filme de proximidade e intimista de João César Monteiro (quando este se autodenominava João César Santos) sobre Sophia, no qual esta foi a actriz principal e uma intervenção profunda, emocionante e emocionada de um amigo da poeta, Alberto Vaz da Silva assinalaram a data evocada. No ano passado a Fundação das Casas de Fronteira e Alorna promoveu uma homenagem sentida e muito válida, através de sessões ao longe de meses, nas quais foi lida na íntegra a obra poética de Sophia.
Entrar no seu universo poético é fazer um percurso sensorial, onde todos os cinco sentidos actuam, a Natureza e o Homem partilham o mesmo espaço, o tempo da Antiguidade Clássica, da Grécia Antiga está bem presente, pois seus valores, como o equilibrio e a harmonia, são intemporais e perenes. Os aromas, os paladares, as cores, as proporções e dimensões, a arte, as atitudes, as emoções, a luz, as sombras, os valores, o carácter, o Eu profundo e o Outro próximo tomam corpo, anima e vida, adquirem um significado real muito próprio na poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen.
Esta portuguesa, poeta, escritora, contista, ensaísta, cidadã, mulher e mãe apresenta uma combinação singular de características e qualidades que devem encher de orgulho e admiração todos.
10 comentários:
Fico muito satisfeito de ler neste Blog um «Post» sobre Sophia de Mello Breyner Andersen. Sou desde há muitos anos um leitor atento e apaixonado da sua obra poética, mas também dos seus contos e ensaios.
É um universo extraordinário que me ajudou desde cedo a compreender melhor a luz e as sombras, o essencial e o acessório,que me ensinou a apreciar o vazio das formas e sobretudo me ajudou a olhar de outra forma para o Mar.
É impossivel viajar no Mar, olhar para o Mar, sobretudo no Mediterrâneo sem que me venham à memória estrofes de Sophia.
Obrigado pela lembrança.
Dos posts muito bonitos. Eu não sei nada de essa senhora nem seu trabalho. Eu não gosto da poesia no general. PERO... é porque eu não sei muito da poesia. ^//^ Andre, eu não gosto de demasiado a poesia porque tive 12 anos na escola com "piesecitos azulosos de frio" da Gabriela Mistral. Sou com a "trauma". É o mau sobre ditadores, eles não têm conhecimento sobre a poesia e eles querem que ninguém aprenda ^-^.
Mas se Pedro disse que Sophia de Mello escreveu sobre o mar, eu gostaria de ler algum poema sobre isto, porque eu gosto muito dos poemas do mar ^-^ Si André ou meu caro Pedro me dão alguns nomes dos seus livros ou de algum poema, pode ser eu tentaria ler algo sobre o seu trabalho.
Pedro disse-me de Pessoa, ele é um poeta muito bom, eu gosto do seu estilo ^-^. E agora, então li o seu post, tenho o interesse para ler algo sobre Sophia.
(todas las correciones que quieran hacerme por mi redacción son bienvenidas ^-^)
Espero que Alessandro Safina cante Luna esta noche y que gane la Alhambra y que lleguen los gringos y se la destruyan y pongan monton de McDonalds encima de los trozos por ser los españoles unos ignorantes. No se como se les ocurrio decir que los moais eran de la Polinesia!!!! Me da pena que no haya estado Petra entre las finalistas, es mas bonita que la Alhambra. :) (y sí, estoy furiosa porque es la quinta muestra de ignorancia de esta semana sobre Chile que leo en diarios españoles)
Boa escolha caro ASD.
Maria Bethânia homenageou no seu último álbum, intitulado "O Mar de Sophia" a genialidade de Sophia de Mello Breyner. O Coliseu dos Recreios recebeu-a em apoteose na última quinta-feira num concerto onde música e poesia não podiam estar em comunhão mais perfeita. Para os amantes da poetisa, ou da cantora, é um disco imperdível.
Obrigado pelo comentário.
No entanto Marcela penso que concordará comigo se lhe disser que as generalizações são a evitar, pois têm uma carga perigosa e injusta.
Aconselho e recomendo vivamente a leitura da obra de Sophia de Mello Breyner Andresen. A obra poética e o ensaio "O Nu na Antiguidade Clássica", ambos editados pela Caminho, são os que mais aprecio e admiro.
A obra poética está editada em três volumes. Posteriormente já foram publicadas versões mais actualizadas em catorze volumes, nos quais a sua obra de poesia aparece mais repartida pelos ditos volumes (necessariamente mais pequenos).
Agora um poema sobre um mar, apenas um exemplo que compõe um conjunto mais vasto...Um poema de 1944 do livro "Poesia (I)":
"MAR
I
De todos os cantos do mundo
Amo com um amor mais forte e mais profundo
Aquela praia extasiada e nua,
Onde me uni ao mar, ao vento e à lua.
II
Cheiro a terra as árvores e o vento
Que a Primavera enche de perfumes
Mas neles só quero e só procuro
A selvagem exalação das ondas
Subindo para os astros como um grito puro."
Andre, no te molestes conmigo por mis comentarios porque de verdad que llega a ser muy molesto ver el alarde de ignorancia del que hace gala tanta gente en España y la semana pasada simplemente ya fue el colmo cuando periodistas, o seudo periodistas, mostraban que los años de universidad fueron tiempo perdido, algo que les criticaron periodistas latinoamericanos hace unos meses en un congreso donde les dijeron que, aparte de no expresarse adecuadamente, no se molestan en verificar la informacion. Obvio que se que no es toda la poblacion, pero la semana pasada simplemente me aburri. Estoy cansada de los alardes de primer mundo que se dan aca cuando la verdad es que estan igual que los latinoamericanos, mucho de ser 8ª potencia mundial y ni siquiera tener un sistema educacional decente. Y mas encima nos menosprecian. No, no tengo ya ganas de tener paciencia con los españoles.
Perdona la queja. Intentare buscar algun libro de esa poetisa.
Olá André,
Finalmente encontrei-o!Queria-lhe agradeçer as suas simpáticas palavras no blog de G.M.; fiquei deveras interessada que disse sobre uma possivél colaboração no futuro centro de artes. um abraço e até breve
Cara Joana Morais,
Que prazer receber uma mensagem sua aqui nesta "casa"!
Tem feito, como já lhe transmiti, um trabalho fantástico na divulgação da obra da pintora Graça Morais. Poderemos trocar impressões por outras vias. Vou deixar-lhe meus contactos no email que tem disponível no blog G.M.
Um abraço
Curiosa esta nova utilização da Gazeta Lusitana como e-mail de alguns participantes!
Adiante!
Cara Marcela
Aqui lhe deixo alguns títulos que talvez lhe possam interessar:
- Coral
- No Tempo Dividido
- O Nome das Coisas
- Dual
- Navegações
- Ilhas
- Geografia
Isto são títulos da Obra poética, mas existem muitos outros textos.
Ao nível da prosa, deixo-lhe um título que é capaz de encontrar mais facilmente em versão catelhana- Contos Exemplares
Espero que goste!
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