31 maio 2008

Fazer a diferença

Hoje consumam-se mais umas eleições directas para eleger o líder do PPD/PSD. Os seus militantes (com as cotas em dia e que forem votar obviamente) escolhem entre Manuela Ferreira Leite, Pedro Santana Lopes, Pedro Passos Coelhos e Patinha Antão. Independentemente do resultado (ainda que me pareça claro que Manuela Ferreira Leite está em vantagem) julgo que o panorama político não se alterará substancialmente e em meu entender tal mudança é aquilo que mais necessitamos para um avanço da nossa democracia participativa. Renovação estruturada e sólida dos actuais partidos portugueses que são a base da vida democrática. Tanto tempo em campanhas, debates, mediatismo e tudo ficará basicamente na mesma. Não se discute (pior não se trabalha em prol de, embora tenha de sublinhar a existência de honrosas excepções) o essencial, questões estruturantes e de fundo, projectos necessários e de qualidade que contribuam e marquem positivamente várias gerações, reformas de todo o sistema político a começar pelas próprias estruturas partidárias. Coisas que tenham a ver com a qualidade de vida, com o desenvolvimento integrado e sustentável, passam tantas e tantas vezes para um plano confrangedoramente secundário assim como egoísmos vários que atiram para esse mesmo plano o civismo, a cidadania, a riqueza da diversidade e do pluralismo. A democracia e as pessoas, enquanto indivíduos e cidadãos, merecem outro tratamento, outra consciência, outra ponderação e atitude. Por parte de todos e cada um de nós, em particular daqueles que exercem responsabilidades públicas. Para impulsionar tudo isto tenho insistido na renovação, na refundação partidária. Isso sim iria contribuir para fazer verdadeiramente a diferença. Estamos bastante cansados, saturados mesmo, de ouvir falar em reformas, mudança, etc, etc, inclusivamente alguns de nós (infelizmente poucos e nem todos assim tão bons...), tentamos dar o nosso contributo para que essas palavras e conceitos tenham expressão prática. Mas não basta mudar alguma coisa para que tudo fique na mesma. É preciso fazer melhor e fazer a diferença. Enquanto isso tentamos...um impulso à chamada ala liberal pode ser um começo. Deve ser um começo. Tem de ser um começo. Já começa a tardar...

2 comentários:

Pedro BH disse...

Quer o meu amigo André SD fundar um novo partido?

Não me parece mal.

Mas será a sua tese de fundação entre as hostes socias democratas e populares? Com Manuela Ferreira Leite essa hipotese parece-me bastante longe da realidade.

Contudo, existe essa corrente de opinião e homens como Pedro Santana Lopes falam muitas vezes em projecto semelhante.

Quem sabe...

André SD disse...

Como já tive oportunidade de referir em "postes" anteriores a posição que defendo nesta matéria não é maioritária neste momento, nem entre populares, nem entre sociais democratas (para usar as designações mais genéricas). Mas já é altura de se pensar mais seriamente nela e do mapa político-partidário português ser mais ajustado às realidades. Se existem alas liberais no seio do CDS/PP e também do PPD/PSD, já esiste portanto alguma matéria-prima. É começar a trabalha-la. Alinha meu caro Pedro? Vamos engrossando fileiras. Quem sabe resulta mesmo...Quem sabe...