23 janeiro 2009

A tomada de posse, o desfile e a Universidade


Na tomada de posse do 44º Presidente dos Estados Unidos da América, que é como quem diz de Barack Obama, há um facto que não é considerado essencialmente político (mas talvez devesse ser num determinado sentido) que deve ser realçado. Assisti a parte da cerimónia de tomada de posse e retive algo extremamente importante: a participação no desfile de universidades americanas! Moças trajadas (mas não muito, apesar do frio em Washington D.C.) a rigor bem ao estilo universitário americano. Bom, mas não é neste aspecto, que curiosamente destaco impulsivamente, que me quero centrar.

A importância do momento, a presença universitária nesse mesmo momento histórico (quer se goste, quer se esteja de pé atrás, quer não se goste de todo) é o que quero sublinhar (e a traço duplo). A relevância cultural, científica, social, logo deve também ser considerada política no seu sentido mais lato e nobre, do meio académico nos E.U.A. é algo que nos deve, por um lado impressionar, por outro sensibilizar. O papel que a Universidade tem e o que pode vir a ter merece atenção, reflexão e decisões.

A Europa possui universidades com grandes tradições e pergaminhos, com qualidade científica efectiva. Não é isso que está em causa. O impacte social e o peso em diversos sectores da sociedade e da economia que a Universidade alcança nos E.U.A., apesar de tudo é diferente do que sucede na Europa. Nisso os norte-americanos são diferentes. Cá assistimos a este tipo de desfiles no carnaval, nos E.U.A. na tomada de posse do presidente. Com uma grande vantagem do segundo sobre o primeiro. Neste resume-se a diversão e folclore (o que não é necessariamente mau). Naquele podemos atribuir contornos intelectuais e científicos. E bem. O ponto é mesmo esse. A Universidade ensina, forma, qualifica (à partidas as boas quer na Europa quer nos E.U.A) e assume, no caso americano, uma relevância social e política com tanto peso como os militares e a defesa (talvez não tanto mas muito peso pronto!). E bem sabemos o peso que estes têm do outro lado do Atlântico... Nos E.U.A. a Universidade está ao mesmo nível, em termos de influência pública, da comunicação social, de grande empresas com peso económico-social, etc. Quem ganha são os norte-americanos. Bem, aqueles que de uma maneira ou de outra podem ou conseguem forma de pagar as elevadas propinas. A qualidade também se paga. Há também que ter em conta os ganhos indirectos e a longo prazo. Estes não têm preço! Mas esta é outra discussão.

2 comentários:

Anónimo disse...

HOLA ANDRE!!! buen año del bufalo de tierra para ti.

Seria interesante saber si es tradicional que desfilen las universidades en la toma de posesion del cargo de presidente en Estados Unidos. Eso no desmerece tu comentario, porque apuntaste a algo que es la principal ventaja de las universidades norteamericanas: que son relevantes en la sociedad de ese pais. A fin de cuentas, son unas de las que mas destinan fondos a investigacion en todo tipo de areas, cosa que las nuestras (y me refiero a la del resto del planeta) no hacen. Las Universidades gringas no pierden el contacto con la realidad social, cosa que es lo normal en las nuestras, y los graduados tienen influencia en el quehacer nacional, cosa que en nuestros paises es algo poco comun.

Otra cosa es cuanto a la calidad... Habiendo estudiado con gringos la verdad es que en muchas areas dejan mucho que desear. La cuestion no creo que pase por pagar por calidad, creo que pagas por asegurar tu futuro, cosa que pasa en la mayor parte de los casos que estudias en una universidad gringa. Ejemplo, el señor Bush, egresado MBA de Harvard donde parece que no le enseñaron nada ya que solto frases del calibre de: «Es importante entender que hay más intercambios comerciales que comercio». (Cumbre de las Américas, Quebec City, 21-04-01). O «No es la contaminación la que amenaza el medio ambiente, sino la impureza del aire y del agua».


Un placer saludarte chicuelo.

André SD disse...

Olá Marcela! Bom ano!

Por acaso não sei setem realizado o desfile universitário em tomadas de posse anteriores... Talvez sim. Mas ok percebeste a abordagem fundamental.

Claro que nem todas as universidades americanas são boas e nem todas as europeias são más. Deixei isso bem claro. Mas em termos de função e influência sociais as universidades americanas, de facto e de uma forma geral, superam as europeias e todas as outras. Quando digo qualidade refiro-me aos aspectos académicos, científicos e técnicos mas também à empregabilidade. Não quis deixar de fora o ponto que mencionas relacionado com o assegurar o futuro (ainda que tenha uma grande carga subjectiva nos dias que correm).

Volta sempre!