02 junho 2007
27 maio 2007
25 maio 2007
Uma má decisão e um mau serviço....

O Governo decidiu recentemente pela extinção do Conselho Superior de Obras Públicas. Tal decisão não se compreende, na prespectiva em que é este orgão, sob tutela directa do Ministro das Obras Públicas, o responsável pela emissão de pareceres de carácter técnico nos domínios das obras públicas, transportes, ordenamento do território e da indústria da construção.
O CSOPT é um organismo de carácter técnico destinado a coadjuvar o Governo na resolução de problemas relativos a obras públicas e transportes, cabendo-lhe emitir pareceres sobre assuntos que, por imposição legal ou por determinação do Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, sejam submetidos à sua apreciação.
É verdadeiramente extraordinário que este organismo que existe há mais de 150 anos, criado pelo grande obreiro da Regeneração, António Maria Fontes Pereira de Melo, seja agora extinto pelo governo do Sr. Sócrates. É ainda extraordinário, que a Ordem dos Engenheiros Portuguesese não tenha mostrado público repúdio por tal decisão que atinge de forma grave o prestígio e os interesses da sua ciência.
Uma decisão destas só se pode justificar, tal como chamou a atenção António Barreto em artigo publicado no jornal Público a 25 de Março, como um sinal inequívoco de que o governo não quer que a sua decisão politica seja limitada por considerações de ordem técnica.E, sobretudo, não quer que a sua vontade seja condicionada por estudos independentes ou reflexão isenta.
Não nos esquecemos ainda das palavras de Mário Lino há uns meses atrás, afirmando que quem tem ideias contrários ao governo « presta um mau serviço ao país»!
O CSOPT é um organismo de carácter técnico destinado a coadjuvar o Governo na resolução de problemas relativos a obras públicas e transportes, cabendo-lhe emitir pareceres sobre assuntos que, por imposição legal ou por determinação do Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, sejam submetidos à sua apreciação.
É verdadeiramente extraordinário que este organismo que existe há mais de 150 anos, criado pelo grande obreiro da Regeneração, António Maria Fontes Pereira de Melo, seja agora extinto pelo governo do Sr. Sócrates. É ainda extraordinário, que a Ordem dos Engenheiros Portuguesese não tenha mostrado público repúdio por tal decisão que atinge de forma grave o prestígio e os interesses da sua ciência.
Uma decisão destas só se pode justificar, tal como chamou a atenção António Barreto em artigo publicado no jornal Público a 25 de Março, como um sinal inequívoco de que o governo não quer que a sua decisão politica seja limitada por considerações de ordem técnica.E, sobretudo, não quer que a sua vontade seja condicionada por estudos independentes ou reflexão isenta.
Não nos esquecemos ainda das palavras de Mário Lino há uns meses atrás, afirmando que quem tem ideias contrários ao governo « presta um mau serviço ao país»!
24 maio 2007
Obviamente demitam-no!

Cá está a última pérola na discussão sobre o aeroporto da OTA:
«Fazer um aeroporto na margem Sul seria um projecto megalómano e faraónico, porque, além das questões ambientais, não há gente, não há hospitais, não há escolas, não há hotéis, não há comércio, pelo que seria preciso levar para lá milhões de pessoas», disse Mário Lino durante um almoço debate sobre «O Novo Aeroporto de Lisboa», promovido pela Ordem dos Economistas.
Este ministro, depois de gozar com o Primeiro-Ministro, vem agora gozar com os portugueses...
Está na altura de o mandar pregar... para o deserto!
16 maio 2007
06 maio 2007
O último grito...

Tenho de confessar que também eu fiquei surpreendido. Mas ao contrário do meu amigo PBH, pela negativa.
CR não tem manifestamente qualidades de liderança, e isso ficou bem patente ao longo deste ano e meio em que liderou a Câmara. Desde cedo, aliás ainda antes das eleições, CR cedeu inúmeras vezes às ordens de Marques Mendes, tendo de recuar naquilo que eram as suas intenções. Relembro aqui o episódio com o partido da Nova Democracia: CR tinha fechado um acordo com Manuel Monteiro, que passava pela inclusão de Jorge Ferreira nas listas do PSD para a Assembleia Municipal. MM não gostou nem autorizou e CR teve de dar o dito por não dito, prometendo então à Nova Democracia um lugar nas empresas municipais. Tudo isto foi devidamante publicado na imprensa e foi o 1º caso que envolveu CR.
No que concerne à composição das listas, nomeadamente para a CML, foi a mesma coisa, chegando-se posteriormente a uma divisão 4-4 nos primeiros lugares.
Já no decorrer do mandato, CR, contra a sua vontade, aceitou imposições e vetos de nomes por parte de Marques Mendes na constituição de diversas equipas municipais. Foi incapaz de lutar para manter uma coligação que lhe era essencial para garantir a governabilidade da Câmara, e que certos sectores do PSD, liderados por Paula Teixeira da Cruz, não descansaram enquanto não a romperam.
O discurso é pois surpreendente na medida em que rompe com uma atitude de subserviência que se vinha registando há muito.
Esse aceitar das imposições de MM teve ainda 2 actos não muito distantes: as suspensões de mandato de Gabriela Seara e Fontão de Carvalho. Ambas contra a vontade de Carmona, ambas por exigência de Mendes. Nesta medida, surpreende pela incoerência o discurso de CR. Os seus colaboradores tiveram de suspender os mandatos, ainda que contra a vontade de CR que teve de se conformar, mas quando toca ao próprio a postura já é outra? Com que coerência? com que autoridade?
Há muito que CR deveria ter batido o pé à DN do PSD, e nas poucas vezes em que o fez, acabou por ter de recuar, dizendo o contrário do que tinha afirmado na véspera. Fazer um discurso destes depois de tudo o que se passou, é patético. É querer mostrar uma liderança que nunca teve, é querer mostrar uma autoridade que nunca exerceu.
Eu não sou adepto do "é arguído, tem que suspender". Mas CR aceitou desde sempre essa regra, aliás sabia que era uma das bandeiras de MM no PSD. Deixou mesmo que a aplicassem a 2 colaboradores seus. Se CR discordava desta postura, devia tê-lo afirmado em tempo oportuno, e não quando o problema lhe bateu à porta!
Olhando para isto tudo, vem-me à memória um provérbio: "quem com ferros mata, com ferros morre".
E Carmona morreu, às mãos daqueles a quem se aliou para conseguir o lugar que ocupa. Este foi o seu último grito...
Marcadores:
Câmara de Lisboa,
Carmona Rodrigues,
Marques Mendes
05 maio 2007
Pressões II
Os comentadores deste Blog, alfacinhas militantes, andam muito calados estes últimos dias.
Será que sofrem de algum tipo de pressão também? Ou será que a blindagem também chegou à Gazeta Lusitana?
Será que sofrem de algum tipo de pressão também? Ou será que a blindagem também chegou à Gazeta Lusitana?
03 maio 2007
Lá vai Lisboa...

As declarações esta noite do Presidente da CML Prof. Carmona Rodrigues de que fica à frente da edilidade são a todos os níveis surpreendentes. Fui um apoiante da candidatura de Carmona Rodrigues à capital. Ao contrário de parte dos meus amigos mais politizados, sempre defendi a inclusão de independentes nas listas e a sua condução e nomeção para cargos públicos. Carmona Rodrigues era um independente, professor universitário, que havia sido vereador na CML ao tempo de Santana Lopes e posteriormente Ministro das Obras Públicas do governo Barroso. Figura simpática e cordial, fora dos meios político-partidários granjeou a simpatia de grande parte dos militantes do PSD e mais tarde dos lisboetas, que lhe concederam uma vitória eleitoral inédita até então para o partido. A sua vida política nos últimos tres anos tem sido, contudo, marcada por imensos conflitos e contrariedades.
Depois da demissão de Durão Barroso, Carmona Rodrigues volta à CML, ocupando o cargo deixado vago por Pedro Santana Lopes. A oposição contestou mas nada conseguiu. Carmona tornou-se Presidente e nada o demoveu, nem mesmo a queda de Santana Lopes e o seu desejo de regressar à CML. Carmona não saiu e eu considerei, na altura, a posição justa. Não só porque havia assumido a responsabilidade dos destinos da edilidade quando lhe foi pedido e os havia conduzido a bom porto, como, na minha lógica, não fazia qualquer sentido que Santana Lopes voltasse à CML.
A oposição interna a Carmona, leia-se PSD próximo a Santana, considerou o gesto uma traição! Criticou, contestou, difamou, intrigou...Ao chegar à data de novas eleições autárquicas, Marques Mendes, então eleito líder do PSD, talvez como retaliação a Santana e santanistas resolve apoiar a candidatura de Carmona Rodrigues à capital. Nova contestação, novas críticas, novas difamações, novas intrigas...E, para surpresa de todos, santanistas, mendistas, socialistas, comunistas e outros que tais, Carmona vence as eleições em Lisboa com um resultado inédito para o PSD na capital. Sozinho e independente!
Passam-se dois anos, mas as intrigas de corredor não terminam. O PSD não gosta de independentes e não gosta de Mendes. Carmona não gosta que o macem, não gosta muito do PSD e não acha graça a Mendes. Mendes por sua vez não gosta de parte do PSD, aquela que não gosta de Mendes e começa a não gostar de Carmona. Carmona está entalado entre o PSD que não gosta de Mendes e que não gosta dele por ser o candidato de Mendes, e entre Mendes e aqueles que o querem segurar no PSD. À cabeça destes está nada mais nada menos que a sua Presidente da Assembleia Municipal e Presidente do PSD Lisboa, Paula Teixeira da Cruz.
Entretanto aparecem imensas noticias nos jornais. Há intrigas e há corrupção em todo o lado. Todos querem dar cabo da CML e de Carmona. Mendistas, Santanistas, Teixeiristas e a guerra civil instala-se.
Dois vereadores, entre eles o vice-presidente da autarquia, são indiciados por crimes de corrupção. Suspendem os seus mandatos e aguardam que a justiça actue.
Entretanto também Carmona acaba arguido no processo BragaParques.
Quando todos os partidos se preparam para eleições e a oposição interna afia facas para a proxima batalha, eis que Carmona diz EU FICO!
E estas hem??
Para independente acusado de fraco e de negligente, parece que o Prof. é mais teso do que parecia! O discurso não podia ser melhor. Entalou todos. O PS e o PP provavelmene agradecem, pois eleições agora em Lisboa não davam muito jeito...Os santanistas ficaram certamente surpreendidos, mas agradados pela machadada que isso representa em Mendes. Só falta saber o que vão fazer com Carmona nas mãos...
Por último Carmona com a sua decisão desautoriza publicamente o líder do PSD assinando com isso a sentença de morte do líder que ontem lhe retirou o apoio. Cá se fazem, cá se pagam....
Independentemente do resultado de tudo isto, Carmona assume o comando do navio de forma inesperada para a política portuguesa
Para independente não está mal....
27 abril 2007
Assim se vê a democracia do PC!

"Ninguém chora pela morte dos lacaios. A não ser que, com lágrimas de crocodilo, pretendam os patrões encorajar novos lacaios a servi-los com a mesma perfeição que os defuntos. Vem isto a propósito das lacrimejantes prosas que jornais e televisões, a mando dos seus amos e proprietários, verteram ao anunciarem a morte de Boris Ieltsin." - Leandro Martins, in Avante.
Estes tipos não aprendem! E depois andam com o maior dos descaramentos a passear por Lisboa, de cravo ao peito, a dar vivas à Liberdade!! É de uma hipocrisia sem limites. E ainda estamos, os verdadeiros democratas, à espera que eles peçam desculpa por terem apoiado (e terem saudades) do regime político que mais mortes provocou nos últimos tempos...
Marcadores:
Boris Yeltsin,
Democracia,
Partido Comunista
26 abril 2007
Pressões
Há 2 autores deste blog que há muito não escrevem.
Será que eles também andam a ser pressionados pelo gabinete do Primeiro-Ministro?
Será que eles também andam a ser pressionados pelo gabinete do Primeiro-Ministro?
Ainda o Túnel...

Nas primeiras horas da manhã, o trânsito não tem apresentado problemas nesta nova entrada em Lisboa. Às 9h00, não existia qualquer dificuldade nem na descida de Monsanto, a parte final da A5, nem no viaduto Duarte Pacheco. Também não existiam filas no acesso pela Ponte 25 de Abril.Nas saídas do Túnel do Marquês, as únicas paragens eram ditadas pelos semáforos e as filas não ultrapassavam os dez carros.
In Sic Online
(Publicado no Blog Crónicas Alfacinhas)
O Túnel...

A inauguração do novo túnel que faz a ligação entre a Rotunda do Marquês de Pombal e a A5 é uma boa noticia para a cidade de Lisboa. Obra polémica desde o seu início, custou aos lisboetas, mais do que o dinheiro envolvido, três anos de pó e de trânsito. A sua abertura ao público é por isso uma boa noticia.
Devo reconhecer que fiquei impressionado pela dimensão da obra, que em grande parte da sua extensão tem três faixas de rodagem em cada sentido, boa sinalética e iluminação. Não sou engenheiro, mas sou automobilista e não considerei a inclinação que diziam muitissimo acentuada nada de anormal ou de preocupante. Gostei muito e penso ser uma mais valia importante para a cidade, nomeadamente ao nível dos seus acessos e descongetionamento do trânsito cada vez mais caótico.
Felicito por isso a CML na pessoa do seu antigo presidente - Pedro Santana Lopes, por na altura certa ter tomado esta decisão!
25 abril 2007
Obrigado

A este homem devemos o fim efectivo da União Soviética. Para a História ficará também o seu papel primordial na luta contra o golpe comunista de 1991 que mais não queria do que voltar à ortodoxia vermelha de outros tempos.
Extraordinária foi a reacção do PCP pela voz do camarada Jerónimo. Excusando-se a fazer grandes comentários pois fica mal atacar os mortos, percebeu-se que o PC português ainda hoje chora a queda de um dos regimes mais criminosos que o mundo já viu...
24 abril 2007
A Blindagem II
Em continuação do Post anterior, decidi voltar a escrever sobre o tema da blindagem.
Os acontecimentos das últimas semanas falam por si. A imagem do Primeiro-ministro de Portugal está inequivocamente ameaçada. Apesar disso, a blindagem não terminou.
Continuamos sem ver debate sobre as opções do Ministro das Finanças e surgem dúvidas quanto aos relatórios apresentados pelo Banco de Portugal, coisa que até então nunca se tinha posto em causa!
A Ministra da Cultura continua na Ajuda e não se prevê que de lá saia. O Ministro Mariano Gago também. Não só não explica convenientemente as razões que o levam a decretar o encerramento compulsivo da Universidade Independente, como também ainda não explicou a questão do MIT e da demissão em bloco da Comissão encarregada de elaborar o Plano Tecnológico.
O Ministro da Economia, apesar dos números preocupantes e das opções duvidosas também não dá sinais de melhora. O Ministro das Obras Públicas Mário Lino ainda não veio a público explicar a opção OTA. As questões são muitas e o debate público é pobre.
As atenções têm estado concentradas na figura de José Sócrates, que, já se percebeu, perdeu a imunidade na comunicação social.
Portugal assume dentro de dois meses a enorme responsabilidade da Presidência da UE. É lamentável que a nível interno o caos se sobreponha. Quero acreditar que durante os seis meses da Presidência o clima abrande e Portugal cumpra com o seu papel como lhe é exigido e com a qualidade a que habituou os seus parceiros no desempenho de tais funções.
É imperativo, contudo, que o país fique esclarecido sobre as matérias em que está envolvido o PM e que o ligam à Universidade Independente.
Como cidadão não me importo de esperar por Dezembro e pelo fim da Presidência. Não esquecerei o tema apesar disso. Espero que os jornais e os tribunais também não!
Os acontecimentos das últimas semanas falam por si. A imagem do Primeiro-ministro de Portugal está inequivocamente ameaçada. Apesar disso, a blindagem não terminou.
Continuamos sem ver debate sobre as opções do Ministro das Finanças e surgem dúvidas quanto aos relatórios apresentados pelo Banco de Portugal, coisa que até então nunca se tinha posto em causa!
A Ministra da Cultura continua na Ajuda e não se prevê que de lá saia. O Ministro Mariano Gago também. Não só não explica convenientemente as razões que o levam a decretar o encerramento compulsivo da Universidade Independente, como também ainda não explicou a questão do MIT e da demissão em bloco da Comissão encarregada de elaborar o Plano Tecnológico.
O Ministro da Economia, apesar dos números preocupantes e das opções duvidosas também não dá sinais de melhora. O Ministro das Obras Públicas Mário Lino ainda não veio a público explicar a opção OTA. As questões são muitas e o debate público é pobre.
As atenções têm estado concentradas na figura de José Sócrates, que, já se percebeu, perdeu a imunidade na comunicação social.
Portugal assume dentro de dois meses a enorme responsabilidade da Presidência da UE. É lamentável que a nível interno o caos se sobreponha. Quero acreditar que durante os seis meses da Presidência o clima abrande e Portugal cumpra com o seu papel como lhe é exigido e com a qualidade a que habituou os seus parceiros no desempenho de tais funções.
É imperativo, contudo, que o país fique esclarecido sobre as matérias em que está envolvido o PM e que o ligam à Universidade Independente.
Como cidadão não me importo de esperar por Dezembro e pelo fim da Presidência. Não esquecerei o tema apesar disso. Espero que os jornais e os tribunais também não!
23 abril 2007
14 abril 2007
O Governo da mentira...
Não é meu hábito reproduzir posts de outros blogues aqui. Mas desta vez vai ter que ser. Vale a pena.
Como ando com as leituras atrasadas, só agora li no último Expresso que, de acordo com informações prestadas pelo próprio Ministério das Finanças, as “receitas extraordinárias” de 2006 ascenderam a mais de 2.121 milhões de euros, a saber: antecipação de impostos sobre o tabaco(300 milhões), vendas de património(439 milhões), dividendos extraordinários e antecipados(REN-60 milhões), dividendos extraordinários (GALP-124 milhões), recuperações de créditos líquidas de adicionais da operação de titularização(1.198 milhões). Estas receitas extraordinárias equivalem a 1,4% do PIB!...Não fossem essas receitas extraordinárias, que Sócrates e os Socialistas tanto criticaram a Manuela Ferreira Leite, e o défice de 2006 seria 8.176 milhões de euros, correspondentes não a 3,9%, mas a 5,3% do PIB. Este valor é superior ao valor apurado para 2004, era Bagão Félix Ministro das Finanças, que foi de 5,2% (2,9% com receitas extraordinárias)!...Perante este quadro, e por muito que custe à propaganda e comentadores oficiais, conclui-se que não melhorámos nada em relação a 2004, o que até a mim me espantou, e que o progresso no défice não se deveu à contenção da despesa.A segunda conclusão, já a sabia; quanto à primeira, a minha alma ficou parva!...
A minha alma está parva!...
Como ando com as leituras atrasadas, só agora li no último Expresso que, de acordo com informações prestadas pelo próprio Ministério das Finanças, as “receitas extraordinárias” de 2006 ascenderam a mais de 2.121 milhões de euros, a saber: antecipação de impostos sobre o tabaco(300 milhões), vendas de património(439 milhões), dividendos extraordinários e antecipados(REN-60 milhões), dividendos extraordinários (GALP-124 milhões), recuperações de créditos líquidas de adicionais da operação de titularização(1.198 milhões). Estas receitas extraordinárias equivalem a 1,4% do PIB!...Não fossem essas receitas extraordinárias, que Sócrates e os Socialistas tanto criticaram a Manuela Ferreira Leite, e o défice de 2006 seria 8.176 milhões de euros, correspondentes não a 3,9%, mas a 5,3% do PIB. Este valor é superior ao valor apurado para 2004, era Bagão Félix Ministro das Finanças, que foi de 5,2% (2,9% com receitas extraordinárias)!...Perante este quadro, e por muito que custe à propaganda e comentadores oficiais, conclui-se que não melhorámos nada em relação a 2004, o que até a mim me espantou, e que o progresso no défice não se deveu à contenção da despesa.A segunda conclusão, já a sabia; quanto à primeira, a minha alma ficou parva!...
12 abril 2007
11 abril 2007
Atentados em Argel

Hoje de manhã ocorreram 2 atentados em Argel. Um junto ao aeroporto, outro junto ao gabinete do Primeiro-Ministro, no centro da capital. Estimativas até ao momento apontam para cerca de 17 mortos e para cima de 60 feridos.
Aqui, em minha casa, consegui ouvir o barulho de uma das explosões. Confesso que era uma experiência que não estava à espera de viver, nomeadamente apenas 3 semanas depois de cá ter chegado...
04 abril 2007
O Blindado em acção...

Em complemento ao anterior post do PBH, reproduzo na íntegra um post publicado no blog "lisboalisboa2", que ilustra bem as relações perigosas entre este Governo e a Comunicação Social...
'Expresso’ não poupa o Primeiro-Ministro
As teses do ‘Expresso’ são três:
1ª – Sócrates quer controlar a comunicação social. E manda telefonar e telefona.
2ª – Sócrates coloca na banca amigos para controlar ainda mais domínios da vida portuguesa.
3ª – Há dúvidas e irregularidades no processo académico do PM na Independente (um problema que, segundo alguns jornais, está a preocupar alguns socialistas).
Aqui, hoje, interessa-me essencialmente a 1ª tese. De resto, e para todas estas teses, ver o ‘Expresso’, edição impressa. Páginas 2 e 3 (controlar, controlar, controlar) e ainda 10 e 11 (o curso do PM na Independente).
Testemunhos em directo:
1.Licenciatura- Sarsfield Cabral diz que ligaram «várias vezes» do gabinete de Sócrates para ele e para a redacção. O ‘Expresso’ diz que a partir daí deixou de haver referências à notícia. Estava-se a 22. O ‘Público’ tinha referido a dúvida sobre o curso. A RR estava a noticiar isso mesmo.- Ricardo Costa conta que na véspera da divulgação (portanto, a 21 de Março), houve logo telefonemas do gabinete de JS a dizer que aquilo não era notícia.- José Manuel Fernandes assegura que o facto de só a RR ter referido o tema se deve aos contactos afanosos dos membros do gabinete do PM para as rádios.- O ‘Expresso’ apurou que, enquanto durou a investigação, o próprio JS terá ligado pelo menos seis vezes para o jornalista do ‘Público’ que estava a investigar o assunto.
2.Incêndios- Ricardo Costa, que, ficámos a saber, trata por tu o PM, conta que quando JS estava de férias algures fora do país que estava a arder, isso foi notícia na SIC. «O PM ficou furibundo e telefonou-me directamente», diz R. Costa.
3.Em geral- José Manuel Fernandes diz que está farto de ouvir nos aviões, da boca do próprio PM, «bocas» sobre notícias que não lhe agradaram.
03 abril 2007
A Blindagem

Em tempos prometi a um leitor deste Blog que escreveria um "Post" sobre aquilo que eu considerava ser a "blindagem deste governo". A ocasião do recente escândalo que envolve o nome do Primeiro-ministro José Sócrates e a Universidade Independente afigurou-se-me a ocasião ideal para o escrever.
Quando utilizei o termo «blindagem» referia-me ao facto de a comunicação social portuguesa de uma forma geral ignorar desde há dois anos a esta parte inúmeras polémicas, indecisões, más decisões, conflitos e más práticas governativas que o actual governo protagonizou. Sabemos todos que a prática política, nomeadamente a governativa, tem normalmente uma relação tensa com a imprensa. É natural, que uma vez ganhas as eleições por um qualquer partido, por maior que seja a sua representatividade, a comunicação social, e o país em geral, passem a focar a sua atenção nos novos ocupantes dos cargos governativos e nas suas políticas. É natural e é normal que assim suceda.
Se nos primeiros tempos isso acontece menos também é natural, vive-se aquilo a que se considerou designar «período de graça».. O que desde há uns bons meses a esta parte me começou a preocupar é que o «estado de graça» se mantinha indefinidamente. Dirão os meus amigos socialistas que isso se deve ao simples facto de o governo estar a governar bem e não haver por isso razões para polémicas nem desagravos.
Acontece porém, que na atenção que vou dispensando ao país e à política não encontro razão para a manutenção desse status quo.
Todos os governos têm ministros mais competentes que outros. Mais simpáticos, mais visiveis, mais polémicos, e isso é o normal em democracia. Mas este governo, estranhamente, parece ter apenas ministros de excelência, mesmo que se chamem Mariano Gago, Correia de Campos, Maria da Lurdes Rodrigues, Isabel Pires de Lima ou Manuel Pinho.
Depois de muito pensar no assunto penso ter descoberto a razão. A razão é simples e clara curiosamente. O governo liderado por José Sócrates conseguiu a proeza que inúmeros governos antes de si nunca tinham conseguido, criar e fazer funcionar uma agência de comunicação e informação do governo. Significa isto, que através de um muito profissional trabalho junto da comunicação social, o governo foi conseguindo manobrar a seu favor um conjunto muito significativo de informações. À primeira vista parece estranho e até dificil de se conceber que a comunicação social se sujeitasse a tais investidas, afinal a derrocada do governo de Santana Lopes, para aqueles que anda se recordam dos factos, começou precisamente quando o governo de então sugeriu a criação de uma central de comunicação. Caíu o Carmo e a Trindade, e o Marcelo também! Era a censura que aí vinha, era a manipulação, era o abuso de poder, era a afronta maior à democracia. Pois foi! Foi tanto que o governo caíu. O Governo novo, contudo, não perdeu tempo e recuperou o projecto e fê-lo de forma tão profissional que sobre a matéria não se escreveu uma linha.
Não se escreveu até à semana passada! De repente uma derrocada impossível de conter abate-se sobre a figura do próprio Primeiro-ministro. Algo falhou na comunicação. Os jornais não falam de outra coisa senão na hipotética equivalência ao grau de licenciatura feita por José Sócrates na Universidade Independente. A história vem a palco em pleno processo de encerramento compulsivo da UI decretada pelo Ministério da Ciência de Mariano Gago. Os jornalistas incomodam-se, os directores de jornais dizem que não sabiam de nada e a história, pouco a pouco vai saindo cá para fora. Afinal toda a gente sabia!
O jornal Expresso diz que já tinha conhecimento da história há um mês, mas foi o Público que lançou a manchete obrigando o Expresso na semana seguinte a fazer mesmo. No dia da noticia RTP e TVI nem sequer abordam o assunto, excepção feita à SIC , mas a notícia que se queria discreta deixa de o ser e la nave va...
Se dúvidas houvesse o Expreso desta semana acabou com elas. O Primeiro-ministro falou seis vezes directamente ao jornalista do Público que escreve o artigo, os documentos vistos pelo Expresso estão guardados na posse do Reitor da UI Luis Arouca que entretanto é demitido. A UI recebe um ultimatum para nomear novo Conselho Directivo sob pena de encerrar compulsivamente, os assessores do gabinete do PM desfazem-se em comunicados e la nave va...
De uma penada ficamos a saber que o PM fala directamente e por telefone aos jornalistas e que alguns directores de jornais, que consideravam a história sem interesse, de repente fazem dela manchete!
O artigo vai longo e seguramente terá continuidade. Serve este artigo de introdução ao tema da "Blindagem" que por este andar está a perder o aço.
Subscrever:
Mensagens (Atom)