03 outubro 2006

O preço da segurança


Passaram quase 6 anos desde o início da intervenção militar no Afeganistão que derrubou o regime tirânico dos talibans, apoiados pela al-queida de Ossama Bin Laden.
Num dos seus últimos números, a revista Newsweek debruçou-se sobre a perspectiva da ISAF estar a perder terreno para os militantes islâmicos radicais, na luta pelo controlo do país. Um alerta público de grande dimensão que não podemos ignorar e que se junta a outros anteriormente feitos, por inúmeros jornalistas e chefias militares.
Enquanto que o exército afegão não passa de uma “polícia de trânsito” ao serviço do “presidente da câmara municipal de Cabul”, Amid Karzhai, a gestão ofensiva para eliminar os restos dos bastiões talibans passou essencialmente por reforçar o poder dos senhores da guerra espalhados pelo território. Estes líderes tribais, autênticos barões do narcotráfico, contribuíram para elevar novamente o Afeganistão como maior produtor mundial de heroína, enquanto que a sul do país, os talibans reconstroem a sua influência com a chegada de milhares novos combatentes que saltam constantemente de um lado para o outro, a fronteira montanhosa com o Paquistão.
Perante estes factos perturbantes, as potências ocidentais e seus aliados, reagem com timidez ao crescente pedido dos comandantes militares da ISAF, no sentido de aumentar o número de efectivos no terreno.
Como se recorda o estimado leitor, a intervenção militar no Afeganistão, constituíu o primeiro passo pós-11 de Setembro na luta global contra o Terrorismo. A NATO fez uma evolução histórica e avançou decisivamente para o terreno, largando a actuação tradicional no seio da Europa e do espaço euro-atlântico, ao abrigo da divisa “onde quer que esteja o terrorismo internacional a NATO estará lá para combatê-lo”.
A enorme coligação internacional, juntou forças que raramente tinham estado de acordo e representou um marco de esperança no reforço da confiança mútua dos estados, que fizeram deste combate, uma missão civilizacional pela paz e liberdade do povo afegão.
Como fazem notar inúmeras personalidades, jornalistas e especialistas militares, esta missão está em risco, não só pela questão iraquiana, que produziu profundas fracturas na aliança internacional, mas acima de tudo pelo recuo das forças militares internacionais no território e pelas suas crescentes dificuldades de actuação.

O mundo que ama a liberdade, a paz e o progresso não pode desistir do Afeganistão, e não pode abandonar o povo afegão à mercê da tirania taliban, capitaneada por Bin Laden.
Por isso, este é o momento da própria União Europeia começar a assumir o seu papel de potência mundial, pese embora de cariz civilista, mas com capacidade de intervenção decisiva e modular para alterar o rumo dos acontecimentos. Não fazer nada ou esperar que outros resolvam o problema é dar sinais pouco claros de liderança com consequências nefastas. Ficar fechados na nossa concha de tranquilidade e bem-estar a assistir a massacres pela TV, não é solução!
Seja porque mais cedo ou mais tarde, alguém nos pode estragar o nosso “way of life”, mas sobretudo pelo péssimo exemplo que daremos a todos os outros países islâmicos moderados, que deixam de ter o nosso apoio sincero e decisivo em como este conflito não reside em religiões ou na sua interpretação, mas tão somente em princípios básicos de respeito por valores universais.

1 comentário:

Anónimo disse...

Sinceramente no creo que el problema de Afganistan sea un asunto de defensa de principios. Creo que el problema es de ignorancia profunda sobre que es Afganistan y quienes lo habitan.

No me extraña el fracaso de Estados Unidos en la zona, tienen un sexto sentido para fracasar en cualquier incursion que hacen con su estilo "tenemos tecnologia y el poder" Pero mas que eso, el fracaso de Estados Unidos es uno de varios, entre los que se cuentan el sovietico, el britanico... Comprendo tu preocupacion PSG por la situacion que se vive en ese pais, los talibanes no son santos de mi devocion. Tambien comprendo tu preocupacion por el pueblo afgano, pero... ¿que pasa si la intervencion crea mas problemas todavia de los que ya hay? Creo qu antes de ingresar a un pais, primero deberian detenerse cinco minutos a leer su historia y luego consideren si deben o no intervenir y COMO DEBEN INTERVENIR. El problema va por ahi. No solo es una cuestion de precio en metalico, sino si Europa y Estados Unidos o los paises que intervengan estaran dispuestos a asumir la responsabilidad y el costo de esa responsabilidad. Date cuenta PSG la posicion de ese pais, hay demasiados riesgos. Por ello no se debe intervenir a lo loco.