25 outubro 2006

As contas dos partidos

Inconcebíveis. É a palavra para as declarações dos vários partidos sobre o acórdão do Tribunal Constitucional que aprecia as contas da campanha para as legislativas. Depois de um discurso muito sonso sobre moralização do financiamento dos partidos políticos - como se as campanhas fossem feitas por seres de outros planetas que se deslocavam à terra expressamente para o efeito - aprovaram uma lei rigorosa e cheia de exigências. O resultado estava à vista: as contas da camapanha foram um estendal de irregularidades.
Mas, a triste figura de trapalhões foi piorada com as justificações apresentadas: "a lei é muito complexa", "as estruturas partidárias não estavam preparadas", "foram muitos anos de laxismo" e outros mimos de igual quilate. Daqui se conclui que, se não estavam preparados, não deviam ter aprovado a lei. A classe política tem vindo a propor e aprovar diversas leis com cadas vez maiores exigências de rigor para os cidadãos e as empresas; não pode claudicar quando se trata de dar o exemplo.
Mas pior ainda foi o infeliz (não me lembra o partido, talvez o CDS) que acusou o acórdão de "fragilizar a classe política". Quando enviarem este iluminado para a escola de raciocínio, talvez ele consiga perceber que nada fragiliza tanto a classe política como estes comentários.

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