02 março 2007

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O antigo líder do CDS/PP Paulo Portas, veio hoje anunciar ao país a sua disponiblidade para se recandidatar à liderança do partido. O movimento era esperado, depois dos vários sinais dados, tanto no interior do partido e do grupo parlamentar, como fora dele. Curiosamente, hoje também, tivemos oportunidade de ouvir as opiniões do Dr. Menezes, e até do Dr. Santana Lopes, que defendeu a ideia de realizar um refrendo nacional sobre a construção do Aeroporto da OTA. Para intervenções destas, mas valia que não as fizesse, porém é interessante verificar como a Direita portuguesa se mostrou e disse alguma coisa durante um dia. Ficamos a saber que não desapareceram de todo.
A dúvida que fica é esta: Que tem ou que traz o Dr. Paulo Portas de novo à política portuguesa?
Um homem que liderou durante sete anos o CDS/PP, que alcançou para o partido o governo do país, que ocupou durante tempo recorde a pasta da Defesa Nacional, que mais ideias ou projectos trará?
É estranho este fenómeno da política portuguesa. Os partidos não têm capacidade de produzir projectos nem líderes. O que é um partido que é liderado durante sete anos pela mesma pessoa e que de repente não tem capacidade para produzir novos quadros dirigentes? Sei bem que não é fácil conseguir encontrar líderes que unam junto de si pessoas e vontades, num verdadeiro espírito de liderança, mas sete anos é muito tempo. Se o CDS/PP não possui entre os seus dirigentes, nenhum com capacidade de apresentar um projecto válido e mobilizador, então é bom que feche as portas.
Não tenho dúvidas, de que se o Dr. Paulo Portas vencer a corrida à presidência do CDS/PP se torna facilmente no principal protagonista da oposição, tão ineficaz e superficial ela se encontra, entregue nas mãos do Dr. Mendes e do Dr. Louçã. Mas... e depois?
Se os resultados das próximas eleições legislativas forem como penso, ou seja, uma vitória do Partido Socialista com uma maioria relativa, pensará o Dr. Portas estar em condições de integrar o governo juntamente com Sócrates? Não me parece! Será seu plano voltar à política do queijo limiano? Esperamos que não!
Aguardemos a reacção da oposição interna do PSD a esta nova conjuntura, contudo não auguro nada de bom. Antes de tudo, falta ao Dr. Portas ganhar o Congresso e sobre isso tenho algumas dúvidas.
O regresso do Dr. Paulo Portas à liderança do CDS/PP é a prova definitiva da falência do partido enquanto tal.
Portugal tem sede de políticas e de políticos novos. De novos projectos mobilizadores e de novos líderes capazes. A Democracia portuguesa necessita ver-se livre desta rotatividade de discursos e de lideranças e se disso não for capaz, morre nos passos perdidos.

14 comentários:

Anónimo disse...

Es agotador estar todo el tiempo viendo las mismas caras, oir las mismas cosas, y que todo quede exactamente igual. Pense que ese defecto politico lo teniamos en Chile y en algunos paises americanos que reeligen incluso a los corruptos comprobados, pero es evidente que me equivoque.
Mal para uds.

Anónimo disse...

começando pelo título que me parece genial enquanto decalque daquela tragédia de Almodovar, gostei do que li porque também me parece incrivel serem sempre os mesmos mas a verdade é que há de facto grande falta de cabeças pensantes o que não me admira porque há pouco li no jornal o resultado de um inquérito feito por dois sociólogos aos estudantes de Coimbra: um terço nunca lê jornais, um quinto não pegou num só livro no último ano. O autor do artigo terminava dizendo que a pior ignorância é tê-la e não o saber expondo-a portanto sem vergonha. É a vidinha depressa e já! E dá o exemplo da resposta que dão os concorrentes do programa Um contra todos: profissão? estou desempregado. O que faço se me sair o prémio? Viajar! Esperamos melhor futuro de cabeças pensantes? Não creio e lamento muito, tanto que até dói...Porque não entra em jogo meu caro amigo? Creio que teríamos todos a ganhar.

Anónimo disse...

Só quem estivesse mais desatento poderia ficar surpreendido com o regresso do Dr. Portas.
Ao contrário de outros, ele não disse que "ia andar por aí", mas o facto é que andou. Seguramente à espera do melhor momento para voltar...
E mal vai uma instituição cujo futuro está sempre dependente de uma pessoa, mas essa tem sido a realidade do CDS desde sempre. Com a diferença de que agora já nem vai lá com líderes novos, tem de recorrer aos "ex"...

Pedro BH disse...

Cara EPB

Não percebi em que jogo me quer inscrever. No "Um Contra Todos"???
Ou no CDS/PP?

Anónimo disse...

No que gostaria de o ver aplicar toda a sua sabedoria e dotes oratórios seria um lugar onde pudesse pôr em prática essas mesmas qualidades em defesa da tal democracia de que duvido tanto que seja o que por cá vai, em defesa dos indefesos enfim. No que o incluía era nas cabeças pensantes que nos fazem tanta falta, porque creio que só num assunto não estarei nunca na mesma sintonia, de resto já me declarei atenta e veneradora. E se lhe dei a impressão que sou uma pessoa cheia de raiva (como escreveu noutro local) lamento porque sou a alma mais desejosa de paz e harmonia que possa imaginar, mas a incoerência de gentes, ideais e atitudes tira-me do sério e sempre me tirou e nunca ficou cá dentro a revolta, mesmo no tempo do Estado Novo, sempre fui directa e franca, disposta a lutar pelos mais fracos. É uma idéia muito errada a sua garanto-lhe. Não albergo raiva nenhuma apenas desilusão com o que vejo e com o que vivo actualmente e como já passaram uns bons anos sobre as promessas, a frustração instalou-se e o fruto é a revolta. Disse bem? Folgo em o saber monárquico, confesso que achei muita graça.

Pedro BH disse...

Ainda não tinha reparado? Interessante! Depois dos ataques de que já tenho sido alvo neste Blogue pela hostes republicanas, ou pseudo-republicanas ( que nem todos sabem exactamente de que se trata a República) é engraçado que não soubesse ainda da minha opinião sobre a forma de governo.
Obrigado por me considerar uma cabeça pensante válida.Faço o que posso, mas nem sempre com os melhores resultados...
O importante é nunca parar de pensar e de interrogar, o resto vem ou não por acréscimo.

Unknown disse...

EPB, perdone que me diriga a ud pero su ultimo comentario me ha parecido muy fuerte. La verdad es que me ha conmovido. Siempre lamento mucho cuando las personas que han vivido momentos en la historia como el que ud menciona hablan con tanta desilucion, porque significa que las cosas estan empeorando.

Anónimo disse...

Una pregunta que no tiene nada que ver ¿alguien sabia que el ministro de RREE de Chile, Foxley, estaba de gira en Portugal? Porque no tenia idea que vino a España. Lo planteo por una anterior discusion sobre el asunto de la lusofonia y la relacion de Portugal con Brasil, India y los paises africanos. Tal vez les interese saber el asunto desde la perspectiva politica chilena (aunque Foxley es un estupido y no se por que demonios esta ahi, tyal vez solo por ser democratacristiano)

El ministro de Relaciones Exteriores, Alejandro Foxley regresó a Chile, luego de su gira a España y Portugal, con la promesa de ambos gobiernos europeos de apoyar y alentar el ingreso del país a la Organización para la Cooperación y el Desarrollo Económico (OCDE) y el consenso que el tema medular de la próxima Cumbre Iberoamericana que se realizará en Santiago será el de la inclusión o cohesión social.

En Lisboa, tanto el secretario de Estado y de Negocios Extranjeros, Luis Amado como el Presidente de la República, Aníbal Cavaco Silva, coincidieron con el mensaje del canciller chileno, en nombre de la Presidenta Michelle Bachelet en "cuanto a la necesidad urgente de una presencia política de Europa en América Latina, "más allá de las importantes inversiones que mantienen en el continente o del comercio bilateral en alza".

"Queremos conocer como ve Portugal y España los problemas del desarrollo, la paz, la cohesión social, los asuntos que hoy preocupan a un mundo globalizado en que lo que sucede en un punto del planeta termina por afectarnos a todos", sostuvo.

Foxley planteó que Chile, luego de haber firmado tratados de libre comercio con China, Singapur, Corea y ahora en marzo con Japón, tendrá un mercado de 2.400 millones de personas, lo que convierte al país sudamericano en una atractiva plataforma de negocios para Europa. "Chile está disponible para asociarse con empresas de experiencias, que puedan dar respuesta a las tremendas demandas del mercado asiático, que hoy apuntan sólo a nuestro país".

La respuesta recibida tanto en Madrid como en Lisboa por parte de los cancilleres Miguel Ángel Moratinos y Luis Amado fue coincidentemente una sola: "pueden contar con nosotros para una colaboración estrecha, porque la base está en nuestra afinidad política para sustentar el diálogo".

Anónimo disse...

Querida Marcela gostei de lhe merecer atenção, desejo que os seus exames vão de vento em popa, só um pequeno reparo, Luís Amado é ministro de Negócios Estrangeiros e não secretário de estado. Saúde e sorte lhe desejo.

Pedro BH disse...

Pois, confesso que não fazia ideia da visita do Ministro dos Negócios Estrangeiros chileno a Portugal. Mas parece-me bem.Afinal o Chile é o país da América Latina que neste momento apresenta melhor indice de crescimento e uma estabilidade política notável, em comparação com os seus companheiros continentais.
Portugal em particular, tem todo o interesse em desenvolver aproximações a um país como o Chile, não só para ampliar a sua presença na América do Sul, demasiado concentrada no Brasil, como também utilizar de vez em quando das suas prerrogativas de país membro da Comunidade Iberoamericana de Nações, junto da qual não faz o mínimo esforço para se tornar um membro pró-activo, deixando para Espanha um papel demasiado preponderante.

Anónimo disse...

EPB, muito obrigada por seus bons desejos (ni idea si se escribe asi pero la idea se entiende :) ¿no?). No fue error mio lo del señor Amado, sino del periodico chileno de donde obtuve la informacion. Yo apenas se quienes son ministros en Chile (me acabo de enterar que Foxley esta en el de RREE) y menos que andaba viajando por aqui. Pero eso es una muestra clara de algo que comente al iniciar mis intervenciones en este blog: en Chile no tenemos idea de Portugal. Por eso participo tanto en este blog, asi aprendo sobre uds. :)
Lo unico que me interesaba exponer citando esa visita, y esto es para PBH y especialmente para DRS, es que cuando planteaba que no estaba de acuerdo con basar la politica exterior desde la lengua, es porque creo que las relaciones provechosas entre paises pasan por mutuos beneficios, no por idioma.A eso es lo que me referia cuando en "O caminho para a Índia..." decia que la lusofonia no debia ser el elemento central de la politica exterior portuguesa. Chile quiere entrar a la OCDE (no tengo idea por que, yo ni volando lo haria) donde necesita el apoyo de Portugal, y Portugal quiere estrechar lazos con Asia y Brasil donde Chile lleva ventaja. Ambos paises pueden hablar porque estaran en paridad de condiciones.

Si algo tengo claro en este tiempo que he vivido en España y que leo este blog es que tenemos mas cosas comunes con Portugal que con España. Y la verdad es que bastaria muy poco esfuerzo para superar ciertas ignorancias culturales. Menos del que un chileno necesita para entender que lio tienen los españoles.

Anónimo disse...

O mito de Dom Sebastião traduzia a crença do povo no regresso à vida de uma personalidade morta na expectativa de salvação de uma situação política com a qual não se conformavam. Apesar de sepultado, acreditava-se que o rei estava ainda vivo e apenas aguardava o momento certo para voltar o trono...

Curiosas e extraordinariamente divertidas as mensagens subliminares deixadas em certos comentários deste blog, por tão ilustres messianistas... o mito do Dom Duarte, do Sr. Salazar, do Dr. Paulo Portas...

Anónimo disse...

Caro RM,

A comparação com D. Sebastião é perfeitamente absurda, pois este não voltou, com nevoeiro ou sem nevoeiro. Agora, Paulo Portas volta, apesar do espesso nevoeiro volta, para melhor iluminar a encoberta política portuguesa espera-se...

Peço ainda a todos os que afirmam que Portas está de volta à vida política activa um pouco mais de rigor. O senhor é deputado da Nação no Parlamento, pode voltar à ribalta das lideranças partidárias, mas anteriormente não havia saído da vida política. Não se menospreze as funções do órgão legislativo e que fiscaliza a acção do governo neste país.

Anónimo disse...

Caro ASD,

Reparo, com espanto, que, embora acuse a comparação de absurda para o caso do Dr. Paulo Portas, não o faz para o caso de Dom Duarte... é caso para lhe perguntar se já se deixou desses devaneios surREAIS?