29 março 2007

Grandes Portugueses


Escrevo este primeiro post a partir do meu novo país de residência nos próximos anos, a Argélia. Mas graças às novas tecnologias, designadamente no domínio da televisão, é-me possível ter aqui todos os canais da TV Cabo. Isto, para dizer que, ao contrário do meu amigo PBH, assisti à final do programa Grandes Portugueses no Domingo na RTP 1.

Confesso que o resultado me surpreendeu, essencialmente pela ampla margem de vitória do ex-Presidente do Conselho. Dizia-se um pouco por todo lado que a votação estaria renhida entre o Prof. Oliveira Salazar e o Dr. Álvaro Cunhal.

Não lamento o resultado, nem faço deste concurso o que ele não é. Perguntou-se aos Portugueses quem é que eles achavam que tinha sido o maior Português de sempre, e eles (os que decidiram participar no programa), democraticamente votaram e expressaram a sua opinião. Quando se dá a palavra ao Povo, deve-se respeitá-la, sobretudo tentar percebê-la, e não criar fantasmas onde eles não existem.
Este concurso não foi um comício de políticos mortos ou ideias passadistas, como diz o PBH. Considero até que foi bastante interessante e confesso que até aprendi com alguns dos documentários que consegui ver. (já agora, os programas ainda podem ser vistos no site da RTP).

Mas dizer, como o fez Odete Santos, que o programa, ou o seu resultado é inconstitucional, pois faz a apologia do fascismo, é de uma estupidez sem medida, reveladora de um mau perder, e sobretudo da falta de respeito do PCP pela opinião dos votantes. Mas isso também não é de admirar, o comunismo nunca foi grande amante da liberdade de opinar, e onde governou, e infelizmente ainda governa, continua a silenciar os cidadãos e a perseguir aqueles que ousam discordar.

Quanto às razões deste resultado, elas foram bem expressas, na sua diversidade por Rosado Fernandes e por Paulo Portas. Subscrevo também, na íntegra o comentário do ASD feito no post anterior.

Já é tempo de em Portugal se começar a fazer uma leitura histórica e imparcial do que foi o Estado Novo, das suas virtudes e defeitos, dos seus aspectos positivos e negativos. Mas volvidos já mais de 30 anos sobre o 25 de Abril, ainda há liberdades que tardam em chegar… Mas só à Direita, porque à Esquerda essa liberdade é total, não só para fazer a apologia das suas ditaduras, como também silenciar as alheias…

9 comentários:

Anónimo disse...

¿Y como es Argelia? ¿Vives en la capital?

Anónimo disse...

Ola Marcela, estou a viver na capital, Argel, que é uma cidade muito simpática e acolhedora. Em breve porei uns posts sobre a vida cá...

Anónimo disse...

PERFECTO, GENIAL!!!!! Cuidate eso si de las comidas, porque no creo que estes muy acostumbrado a sus condimentos :)

Anónimo disse...

...

Carlos Sério disse...

Boa estadia

Anónimo disse...

Sempre atento ao nosso Portugal, mesmo do outro lado do Mediterrâneo! Muito bem, que assim te conserves. Já instaladíssimo ou ainda em adaptações? Grande abraço

C.M. disse...

Acho fantástico, essa "aventura" de alguém, residente em Lisboa, partir para um País tão problemático como a Argélia dos nossos dias. Argélia que já foi um espaço de são convívio...

Presumo, e não espero uma resposta neste sentido, que Vexa seja um diplomata...

De qualquer modo, vai ser interessante ter uma leituras actuais desse País, pela sua óptica.

Boa estadia!

Pedro BH disse...

Caro RMG

Desejo que a estadia na Argélia possa contribuir para um aprofundamento do conhecimento sobre os singulares regimes políticos em que vivem os países do Magreb.
Espero que dessa experiência e dessa reflexão, surjam conclusões interessanes.
Até breve!

Anónimo disse...

Agradeço a todos os simpáticos comentários e votos de boa estadia.
Ao Cabral-Mendes, a quem aproveito para dar as boas vindas a este blog, esclareço que apenas sou diplomata, mas por afinidade! :)
Saudações argelinas.