09 março 2007

Um dia a casa vem abaixo...


A Capela das Albertas, sita no palácio que alberga o Museu Nacional de Arte Antiga, foi encerrada ao público por motivos de segurança devido ao seu avançado estado de degradação, necessitando de obras urgentes na fachada e na cobertura.
Além da capela barroca, decorada em talha e azulejo, situada no primeiro piso do museu, foi igualmente encerrada uma sala no centro do percurso expositivo onde habitualmente fica exposta a baixela Germain, um dos mais importantes conjuntos da colecção de ourivesaria do MNAA. Segundo a Directora do Museu, Dalila Rodrigues «Pelos riscos que corriam, as peças foram retiradas e guardadas em espaço próprio de reserva e estão em segurança».
No mesmo dia, Manuel Bairrão Oleiro, Presidente do Instituto Português de Museus admitiu que existem vários museus nacionais carenciados de obras. «As verbas existentes são limitadas e não se consegue acorrer ao mesmo tempo a todas as necessidades, mas o instituto tem feito um esforço nesse sentido», salientou. Muito bem!
A minha dúvida, entre outras, vai no sentido de compreender duas questões, a meu ver fundamentais: porque é que o Museu Nacional mais importante do país e que alberga as mais importantes colecções do Estado se encontra em tal estado de degradação? Porque se chega ao limite de ter de encerrar duas alas de um museu que só no ano passado recebeu 192.452 mil visitantes?
O MNAA tem um mecenas exclusivo que é o Millenium Bcp e que o ano passado fez uma doação de Eur. 600 mil. O IPM resolveu repartir esta verba, atribuindo apenas 500.000 ao MNAA e os restantes 100.000 ao MNSR no Porto. Este ano, perante uma doação semelhante, o IPM decidiu atribuir apenas Eur. 360.000 ao MNAA. A justificação de Manuel Bairrão Oleiro foi simples«Este ano pensámos que se impunha ser canalizada uma fatia maior para o museu Soares dos Reis» e acrescenta «a distribuição dessas verbas é decidida pelo instituto».
Não compreendo. Se o Millenium Bcp é mecenas exclusivo do MNAA porque razão decide o IPM conceder as verbas originárias do mecenato como mais lhe convém? Fará isso parte do acordo? Não sei, mas tenho dúvidas! Temo que o mecenato sirva para pagar contas da luz e outras coisas que tais nos 29 museus a cargo do Instituto.

O que sei, é que um dia a casa vem abaixo, a das Janelas Verdes e a da Ajuda!

6 comentários:

Anónimo disse...

Me sumo a tus dudas, y quisiera decir a titulo personal DIOS MIO. ¿Como puede Manuel Bairrão Oleiro, Presidente do Instituto Português de Museus admitir sin arrugarse que "existem vários museus nacionais carenciados de obras"? O sea, ¿dejan que los museos se caigan a pedazos, con lo hermosos que son los monumentos portugueses? ¿En que se gastan el dinero que les asignan? Van a construir uno a Salazar, ¿por que primero no arreglan los que tienen? Creo que este museo es mas importante que uno al señor Salazar.

No es que en Chile tengamos una gran cultura al respecto, pero cuando se declaro que la Biblioteca Nacional podia arder por las deficientes instalaciones electricas se hizo un esfuerzo para proteger los patrimonios culturales por la presion social que esa noticia genero. El señor Bairrão Oleiro, en vez de salir con esa frase, deberia estar enfocado en dar solución al problema. Ese es su trabajo.

Anónimo disse...

quando li a notícia no jornal também me interroguei quem tem o direito de distribuir o dinheiro de um mecenato exclusivo e constato que PBH está atento como de costume e também estranhou,de facto, tudo que se refere a dinheiros públicos ou particulares acaba numa grande confusão que nos espanta mas de que não obtemos explicação. É a vida... A nossa amiga Marcela não sabe que o dinheiro para o tal hipotético museu al señor Salazar não virá de "Bairrão Oleiro"... Mas é muito constrangedor o estado dos nossos museus e de todo o nosso património, mas o dinheiro é pouco para tantos bolsos sôfregos! Helas!

Pedro BH disse...

A adicionar à noticia que originou este post, soube hoje, através do telejornal que o Museu Nacional de Arte Antiga encerrou algumas salas, entre elas, aquela onde estão expostos os painés de S. Vicente, a obra prima do Museu.
Este encerramento não se deve ao mau estado da sala, mas sim à falta de pessoal, ou a dinheiro para o manter.

Penso que mais comentários da minha parte são desnecessários.

Anónimo disse...

EPB, no sabia pero me imaginaba de donde salia el dinero para el museo para recordar al señor Salazar. Solo pienso que si alguien tiene dinero para destinarlo a construir un museo nuevo, bien puede destinarlo a ayudar a mantener los ya existentes. Perdone si no fui clara en exponer mi idea

Caetana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Caetana disse...

Ai meninos... não perceberam ainda que só fecharam essas salas todas porque a tia teve ir fazer umas sessões de espiritismo para expulsar os maus olhares que as invejosas deitaram à tia e que agora está tudo a correr pelo pior para a tia!!!
Quanto ás verbas divididas... bom... não há espiritismo sem umas velas expacialissimas e umas galinhas do mais em extinção que há de umas ilhas super longe... não é piquenos da tia...!?