17 março 2007

Na deriva do Império...


A perfeitura do Rio de Janeiro está a preparar para 2008 um conjunto notável de publicações, exposições e efemérides para comemorar a chegada da Corte Portuguesa àquela cidade em 1808, em consequência da invasão de Portugal pelas tropas napoleónicas.
Para além de uma banda desenhada relatando o acontecimento e que vai ser impressa em cerca de três milhoês de exemplares a serem distribuidos pelas ecolas e bibliotecas da cidade, a programação inclui igualmente o lançamento de livros e manuscritos da época, entre eles o estudo inédito do historiador brasileiro Kenneth Light sobre os diários de bordo das embarcações da comitiva real, em Agosto deste ano.
A igreja de Nossa Senhora do Carmo, no centro da cidade, está a sofrer uma reabilitação integral. A igreja foi utilizada por D. João VI desde sua chegada ao Brasil, em 1808, para assinalar momentos importantes da família real portuguesa. Trata-se da única igreja da América que serviu de palco para a sagração de um rei e a coroação de dois imperadores, além do casamento de D. Pedro I e D. Pedro II.
Ainda segundo o calendário de eventos, será lançado em Julho de 2008, em cinemas de todo o Brasil, um filme sobre D. João VI e a cidade do Rio de Janeiro.
Trata-se de facto de um conjunto muito interessante de iniciativas. Desconheço se o governo português, através do Ministério da Cultura, colabora em alguma destas acções, mas seria interessante que o fizesse.
Aproveito este post para sugerir a leitura de um livro publicado em 2004, do inglês Patrick Wilcken - Império à Deriva- que é um interessantíssimo relato do inédito e surpreendente episódio que foi a transferência da corte e do governo português para o Brasil.
Estou certo que a sua leitura irá surpreender pelo realismo da narrativa, pelos números envolvidos nesta gigantesca operação e pelas intrigas políticas e diplomáticas que a rodearam.

9 comentários:

Olindo Iglesias disse...

Quanto ao livro, que em geral gostei, apenas um aviso à navegação. Tudo é visto segundo uma perspectiva muito anglo-saxónica, ou seja, por vezes tendencioso.

Anónimo disse...

No dudo que sean tendenciosos, pero los britanicos estan haciendo una excelente labor historiografica al revisar muchos aspectos que en varios paises se dan por zanjados en materia historica.
Ademas, si PBH tiene razon y cuentan intrigas de palacio, mejor que mejor :)

Anónimo disse...

Disculpa lo vanal de la pregunta, meu caro PBH, pero ¿ese era Joao VI? ¿este era el que estaba casado con Carlota Joaquina? Pobre mujer. Ahora entiendo porque lo enveneno. A mi me obligan a casarme con alguien asi y tambien lo enveneno :)

(es el comentario superfluo de la semana)

Pedro BH disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Pedro BH disse...

Li e achei o livro bastante interessante. Não conheço nenhum estudo português sobre a matéria que realce com tanto detalhe números e situações quotidianas de forma tão viva. Talvez o autor, uma vez ou outra, seja mais tendencioso, no entanto, achei o livro, em termos gerais, bastante elogioso da obra de D. João VI.

Cara Marcela.

D. João VI não era bonito. Foi no entanto um escrupuloso Príncipe Regente e o primeiro Rei a jurar a Constituição, factos que só por si, o fazem merecer a tribuna da Glória!
Pior era a criatura com quem casou, porque além de terrivelmente feia, era intriguista, traiçoeira, adúltera e absolutista!

Unknown disse...

LO SIENTO PBH, LO SIENTO!!!!! Fue la perversidad natural de fastidiar lo que me hizo hacer ese comentario. Perdon

Olindo Iglesias disse...

Sim, Marcela... esse comentário só pode vir de alguém que não "conhece" a Carlota Joaquina. Se eu tivesse sido obrigado a casar com ela, agradecer-lhe-ia que me envenenasse.

Nota: Ao que parece aquando da estadia da Corte Portuguesa no Rio de Janeiro a dita "senhora" deu à luz vários filhos mulatos.

Anónimo disse...

Disculpe señor Iglesia, pero se quien fue la señora esa. Es uno de los pocos personajes de la historia portuguesa que conozco bien. Si le pedi perdon a PBH no fue por ignorancia, sino porque es un infantilismo de mi parte defenderla solo para molestarlo por su critica a mis "adjetivos" en el tema de Iran. Queria tener un testimonio escrito de "sus" adjetivos con respecto a esta señora.

El sabe muy bien que estoy de acuerdo con su imagen de Carlota, sobre todo porque se que clase de padres la educaron y en que corte crecio. De semejante gentuza solo podia salir ese tipo de mujer

Anónimo disse...

Tens o livro PBH? No museu da Ajuda já me alertaram para uns quantos erros historiográficos, mas ainda não o li.