19 dezembro 2006

O fabuloso mundo de Madame Catarina

Sempre achei que faltava a esta admirável Gazeta, um olhar crítico e atento às novidades culturais do fantástico mundo dos livros. E por isso, sem menosprezar outros actuais e mui importantes temas abordados neste referencial blog, tais como a Monarquia, o referendo sobre a Monarquia e ainda Monarquia Vs uma outra Monarquia é possível, apresento de seguida uma análise literária do mais recente e sobejamente badalado título da época – “Eu Carolina”.

Impressionante, magnânimo, desconcertante, controverso, arrojado, ai está a obra-prima deste período de paz e de concórdia. Madame Carolina levou assim à estampa com audácia e enorme coragem o seu primeiro sucesso literário. (9.90€, nas livrarias Galp ou Repsol)
Ele há, quem já vá dizendo que Madame encetou um novo estilo de escrita mais que criativa, com esta magnífica obra. Uma novela? Um romance histórico? Ou ficção e fantástico? Pois bem, é de tudo um pouco e muito mais.
Trata-se essencialmente de um rol de aventuras, passado no planeta Portugalis Bananis, mais precisamente no perigoso reino Dragonês, onde no calor de um qualquer lupanar, princesa Carolinias luta para encontrar e resgatar o mítico Apito Dourado, símbolo máximo da honra e virilidade do reino Futebolês.
Na sua demanda, Carolinias avança por um enredo fantástico que nos leva a viajar por imagens únicas onde abundam inúmeros e preciosos detalhes do vilão Giorgio Dragonis, dos seus muchachos da aliança de Gondomaris e Nortis e last but not least, fabulosas e ricas batalhas entre dragões azulis e justiceiros de passe social erguido.
Madame surpreende assim tudo e todos, com seu estilo arrojado e prosa apaixonante e por isso, já há quem a chame – Carolina “a potter”.
Mas para não haver qualquer dúvida sobre este novo génio linguístico da praça, aqui deixo algumas passagens deste épico excitante.

"Há que limpá-lo", disse Pinto da Costa relativamente a Ricardo Bexiga, vereador socialista da Câmara Municipal de Gondomar”… “O serviço custava 10 mil euros, dinheiro que me entregou sempre em notas e que retirou de uma grande gaveta da cómoda do nosso quarto, na Madalena, gaveta que, para meu espanto, estava sempre a abarrotar de dinheiro vivo"
“Jorge N. tendo problemas de flatulência [...] de vez em quando descuidava-se [...] em cerimónias oficiais, levando-me a acender, de imediato, um cigarro para disfarçar o odor.”

“Promiscuidade é o que existe no mundo do futebol, onde é moda, fica bem e dá status ter relações extraconjugais e quase todos as têm.”

“Confessou-me que tinha encetado uma relação com a jornalista Maria Elisa [...] que já terminara [...] devido ao consumismo extremo de que ela padecia.”

“Cortava-lhe as unhas dos pés e aparava-lhe os pêlos das orelhas.”

6 comentários:

Anónimo disse...

Excelente introduccion y muy buen post. Por favor, continua con analisis literarios de este calibre.

¿De verdad alguien dijo esas palabras? ¿de verdad existe alguien con este talento creativo? Que pena que novelas de este tipo, con frase tan inspiradas, no puedan descargarse gratis por internet, porque ni muerta pagaria 10 euros para leer tanta tontería junta.

Anónimo disse...

Eu, Caetana...
"e continuava a fugir aos impostos sempre que podia até que lhe disse:"Se me fazes ir parar ao EPL em vez do Ibérico, nem sabes o que te acontece..."

"quem nunca tiver fugido ao fisco, que atire a primeira multa..."

"A tia sabia que nem tudo estava perdido, e minutos antes dele ser algemado a tia já tinha furtado um dos jets do tio Pereira Coutinho e fugido para ir beber uma Vodka na Comporta"

"... pois não, não voltaria a ver aquele empregado... estava só a trabalhar naquele bar durante o Verão..."

Anónimo disse...

JAJAJAJA, muy bien Caetana

Anónimo disse...

Nada mais apropriado para intercalar os debates sobre a monarquia (que aliás muito elogio e participo aqui na Gazeta, não os tomando por excessivos)do que uma intervenção sobre uma república... das bananas!
Alexandre O'Neill chamava aos "best sellers" as "bestas céleres". A "obra" trazida a debate por PSG, caminha a passos largos para se tornar uma "besta célere", embora seja um pouco como aquela expressão popular da pescada, que antes de ser já o era.

Tenho outras prioridades de leitura, por isso não tenho conhecimento de causa para poder opinar com a devida propriedade.E a avaliar pelos excertos que tenho lido na imprensa não vou mudar de ideias. No entanto como assunto da actualidade (infelizmente a actualidade está neste estado!)é irresistível fazer um ou dois comentários. Um é precisamente sobre os tempos actuais que acolhem estes fenómenos. A minha reacção aos livros de grande tiragem é precisamente a contrária à da generalidade das pessoas. Resisto a eles e não preciso de me esforçar muito. Porventura, nalguns casos perderei mesmo algumas pérolas da literatura! É um risco que corro e assumo. Enfim, "o pão e circo" não é de agora, mas com a mediatização crescente, temos pão e circo globalizado e mais generalizado do que nunca.

O segundo comentário é que ao menos, já que a forma escolhida foi a de um livro, que este "livro" tenha a vantagem de contribuir para o esclarecimento da verdade nalguns processos judiciais e que se condenem os culpados e se inocentem os inocentes precisamente. Para isso o PGR está a dar-se ao trabalho de o ler. Espero que tão penosa tarefa seja recompensadora. Judicialmente claro... literariamente estou praticamente seguro que não.
Para terminar, uma modesta recomendação. Quando surgir nova ocasião de dar contributos deste género será mais correcto prestar declarações na Polícia Judiciária do que publicá-las sob a forma de livro. Para vinganças pessoais, já que terá sido um dos objectivos, mantê-las numa esfera igualmente pessoal e privada. Não sendo eu uma pessoal particularmente vingativa, está no entanto a ocorrer-me uma série de possibilidades que poderia sugerir à Carolina Salgado, mas vou guardá-las para mim...mas posso adiantar que são todas legais!
Vou estar atento ao "Livro Aberto", pode ser que Francisco José Viegas tenha a mesma ideia de PSG. Mas digo isto sem qualquer tipo de jocosidade, pois são situações que fazem parte da realidade actual, não são naturalmente literatura na minha opinião (mas também ninguém pretende que seja), mas são componentes, infelizmente reais, da nossa sociedade. A divisa da Gazeta não é "Tudo pode ser discutido, sobre isso não há discussão"? Então vamos a isso! Mas sem abusos! "Nada em excesso" é outro célebre lema muito sábio.

Consciência Critica disse...

Parabéns pela análise! Continua!

Anónimo disse...

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